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Grandes reportagens da carreira de Marcelo Rezende

O jornalista e apresentador, que lutava contra o câncer, morreu neste sábado (16)

Por Roosevelt Garcia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 17 set 2017, 11h45 - Publicado em 17 set 2017, 11h45
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  • Figura controversa, o jornalista e apresentador Marcelo Rezende, que morreu aos 65 anos no sábado (16), dividia opiniões entre seus telespectadores. Mas em uma coisa, todos concordam: ele foi um repórter sério, que não gostava de meias palavras.

    Carioca, Rezende iniciou a carreira jornalística no final dos anos 60 como estagiário no Jornal dos Sports, “mas não tinha jeito pra coisa”, segundo seu chefe. Graças aos contatos que fez, conseguiu um emprego na rádio Globo, e em seguida no jornal O Globo. Em 79 veio para São Paulo, contratado pela Placar, onde ficou por quase nove anos, cobrindo inclusive duas Copas do Mundo.

    Em 1987, o o jornalista seguiu para a TV Globo como editor do Globo Esporte, mas dois anos depois foi transferido para a editoria Geral da emissora, cobrindo acontecimentos diversos. Um deles foi a investigação sobre o assassinato do empresário carioca José Carlos Nogueira Diniz Filho, o que fez brotar sua veia de repórter investigativo.

    Em 1999, ajudou a criar e apresentou o Linha Direta, programa sobre casos policiais não resolvidos, que o consagrou na TV de uma vez por todas.

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    No comando do Linha Direta, em 1999: investigação (Veja São Paulo/Divulgação)

    De lá pra cá, esteve em diversos programas jornalísticos e em praticamente todas as emissoras de TV aberta, sendo que o mais lembrado é o Cidade Alerta, que apresentou na Record entre 2004 e 2005, voltando ao comando do programa em 2012 até ser internado no início deste ano. Nessa segunda fase sua no Cidade Alerta, ele impôs um novo ritmo ao programa, com pequenas doses de humor entre as notícias sempre desagradáveis da cobertura policial, o que lhe garantiu uma excelente audiência e a permanência do programa no ar por até 4 horas diárias.

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    Relembre algumas reportagens marcantes da longa carreira de Marcelo Rezende.

     

    Em 1997, dez policiais foram flagrados por um cinegrafista amador torturando pessoas na Favela Naval, em Diadema. O caso, apresentado por ele no Jornal Nacional se tornou um marco do jornalismo da Globo, e fez com que fosse criada a Secretaria dos Direitos Humanos pelo Governo Federal.

     

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    Em 1998, o assassino em série Francisco Assis Pereira aterrorizava São Paulo. Conhecido como Maníaco do Parque”, ele atacava suas vítimas no Parque do Estado, na região sul da cidade. Quando ele finalmente foi preso, Marcelo Rezende conseguiu uma entrevista com ele. A entrevista foi levada ao ar pelo Fantástico, numa matéria de mais de 40 minutos de duração que atingiu índices de audiência de até 53 pontos.

     

    Em 2001, Marcelo Rezende descobriu que o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, tinha uma mansão em Miami. Investigando mais a fundo, encontrou um grande esquema de fraudes na CBF, que foi levado ao ar numa edição do Globo Repórter, que teve enorme repercussão.

     

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    Em 1986, ainda na revista Placar, da Editora Abril, Marcelo Rezende foi o representante da publicação no histórico programa Roda Vida da TV Cultura, cujo entrevistado era o campeão Ayrton Senna. Marcelo se destacou no programa pelo humor ácido, tornando a sabatina ao piloto um bate papo informal e divertindo os outros jornalistas.

     

    O dono da Artplan e responsável pela criação do Rock in Rio foi sequestrado em junho de 1990, e solto após a família pagar o resgate de US$ 2,5 milhões, 17 dias depois. Marcelo Rezende passou a investigar o caso, o que o levou até o Paraguai, onde foi até preso.

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    Apresentando o Cidade Alerta (Veja São Paulo/Divulgação)
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