Fã de motos, tatuagens e vinis, o empresário e DJ paulistano Ângelo Leuzzi ajudou a dar mais personalidade à vida noturna da cidade nos anos 1980 e 1990 — sem imitar modismos de outros países, como ressaltava. A primeira danceteria, Rose Bom Bom, começou como casa de lanches e sucos que não deu certo.
Mais tarde, receberia bandas nacionais como Barão Vermelho, Legião Urbana, Titãs e Paralamas do Sucesso. Depois vieram empreendimentos como o Columbia, com uma pista no subsolo que abria às 5 horas; o BaSe, cuja estrutura incluía duas piscinas; e o Lov.e, com decoração colorida composta de lustres de antiquários, DJs de música eletrônica e a proposta, nova para a época — dividir estilos musicais em dias específicos da semana.
“Ele tinha o sonho de fazer o Lov.e com o Peter Schroff, que vivia em Los Angeles e fazia projetos para lojas, mas o arquiteto não podia vir ao Brasil”, relembra Lucca Salvatore, um dos filhos de Leuzzi.
“Acabou construindo a casa inteira se comunicando por fax.” Entre as novidades que trazia para as festas, foi um dos primeiros a organizar concursos de drag queens. “Ângelo tinha um senso estético forte e sabia muito bem o que agradava”, resume Beto Pandiani, um de seus sócios e amigos. “E era muito generoso, estiloso, gostava de frequentar os lugares.”
Nos últimos anos, o DJ vivia com o filho em uma casa na represa de Guarapiranga, onde montavam um barco juntos e organizavam festas e eventos menores. Leuzzi foi casado com a ex- modelo, atriz e pintora Claudia Liz e com a estilista e empresária Flávia Ceccato. Na quarta-feira (22), após um mal súbito, ele faleceu aos 64 anos. O empresário deixa dois filhos, Lucca e Kali.
Publicado em VEJA SÃO PAULO de 6 de maio de 2020, edição nº 2685.
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