O Centro Universitário Maria Antônia, da Universidade de São Paulo (USP), recebe entre terça (2) e sexta (5) o evento Ecos de 1968 — 50 Anos Depois, que resgata a memória do episódio conhecido como a Batalha da Maria Antônia. Quatro exposições reúnem fotos, documentos históricos e intervenções artísticas. Dois livros editados na época terão relançamento, em novas edições, acompanhado de debates com pesquisadores como André Singer, Marilena Chauí, Maria Cecilia Loschiavo dos Santos e José Arthur Giannotti. A programação inclui ainda a exibição de cinco filmes que retratam personagens e acontecimentos do período e três leituras cênicas. Todas as atividades são gratuitas.
O confronto, que ocorreu em 2 de outubro de 1968, foi protagonizado por estudantes da USP e do Mackenzie e por policiais militares, e deixou como saldo um morto e dezenas de feridos. Dois meses depois, o governo utilizou o fato como um dos pretextos para o endurecimento do regime militar, com a promulgação do famigerado AI-5, que fechou o Congresso Nacional, instaurou a censura prévia e suspendeu garantias constitucionais dos brasileiros, entre outras medidas.
A batalha resultou também na ocupação do prédio do Centro Universitário Maria Antônia — que foi construído na década de 30 e abrigou a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP — por forças policiais. Isso levou à mudança definitiva da faculdade para o câmpus da Cidade Universitária. O prédio na Rua Maria Antônia, 294, foi reaberto ao público em 1993, como espaço cultural.