Diversidade espanhola: rótulos de boa qualidade-preço é o forte do país ibérico
FENAVIN: feira espanhola reúne produtores ibéricos e compradores de quase todo o mundo em torno de garrafas a preços razoáveis
A Espanha é a líder mundial em área plantada com uvas e terceiro produtor mundial de vinhos, atrás apenas de Itália e França. No Brasil, contudo, o país ibérico nunca chegou ao pódio das importações, amargando por anos a sétima colocação. Recentemente, vem galgando posições e, hoje, é quinto em volume, com cerca de 8,5 milhões de garrafas em 2022, e sexto em valor, com 17 milhões de dólares (números da Product Audit).
Embora crescente em nosso mercado, o país ibérico ainda está sendo descoberto pelo brasileiro, suscitando grande interesse pelos importadores, que, para garimpar novidades para seus catálogos, frequentam feiras como a Fenavin (Feira Nacional del Vino), que acontece a cada dois anos em Ciudad Real, a uma hora de Madri. Um dos principais encontros de negócios de vinhos da Espanha, tem como objetivo justamente colocar em contato produtores de vinhos espanhóis com compradores do mundo todo.
Os números da edição 2023, que é a décima, são impressionantes. O evento que ocupou 30 000 metros quadrados recebeu 5 734 expositores e 117 000 visitantes, todos profissionais do setor. Destes, mais de 4000 eram compradores internacionais, vindos de 100 países. O Brasil esteve presente com cerca de vinte compradores, representando grandes e pequenas importadoras.
Os dois maiores e-commerce brasileiros, Wine e Evino, são frequentadores assíduos e estavam ali. Para German Garfinkel, diretor de B2B e supply do Grupo Wine, “a Fenavin representa a oportunidade de continuar garimpando grandes achados na Espanha e de aprimorar ainda mais a nossa seleção deste marcante país”.
O ponto forte da feira para os importadores brasileiros é justamente oferecer a possibilidade de garimpar bons rótulos a preço acessível, ainda não descobertos no Brasil, de regiões ou produtores emergentes. “No evento, nós conseguimos encontrar desde os grandes grupos engarrafadores, passando pelas maiores cooperativas de Castilla-La Mancha, até as vinícolas mais prestigiosas das regiões emblemáticas da Espanha. Neste ano, entre outras coisas, eu destaco o crescimento de regiões produtoras emergentes, como Vinos de Madrid, Bierzo, Manchuela e Yecla”, atesta Ari Gorenstein, co-CEO do Víssimo Group (Evino e Grand Cru).
Selecionamos algumas destas novidades garimpadas na Espanha para vocês.
ALCANTA MERSEGUERA MACABEO ALICANTE D.O. 2021.
Da Bodega Bocopa, da região Alicante no leste da Espanha, elaborado com as uvas brancas merseguera e macabeo. Cor esverdeada clara. Aroma discreto, com notas de jasmim, lima, abacaxi, amêndoa. Paladar leve e macio, com acidez moderada. Um vinho vegano. R$ 74,90, na Evino.
MEMORIA RESERVA 2016.
Do Convento Oreja, de Ribera del Duero. Elaborado com 100% tempranillo, com dezoito meses em barricas francesas. Cor vermelho granada escura. Aroma intenso e de boa complexidade, com madeira na frente, baunilha, ameixa madura e especiarias. Paladar encorpado, com taninos firmes, acidez equilibrada. Excelente representante da região, muito expressivo agora e com potencial de guarda. R$ 382,24, na Wine.
NVLDR ROSADO NAVALDAR 2021.
Do produtor Bodegas D. Mateos, de Rioja. Um rosado elaborado com 100% garnacha. Cor entre casca de cebola e pêssego. Aroma frutado com morango, framboesa e notas herbáceas. Paladar leve, de textura macia, fresco e agradável. R$ 82,24, na Wine.
INSOLENTE GRACIANO D.O.CA 2021.
Do produtor Bodegas D. Mateos, de Rioja. Elaborado com 100% graciano, com passagem por barricas. De cor rubi escura, com aromas de cerejas pretas, especiarias, notas balsâmicas de ervas, bosque úmido. Paladar de médio corpo, com acidez média e taninos presentes. O álcool aparece, com 14,5%. Boa profundidade e personalidade. R$ 129,30, na Wine.
Publicado em VEJA São Paulo de 5 de julho de 2023, edição nº 2848.
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