A 47ª edição da São Paulo Fashion Week (SPFW), que termina neste sábado (27), compreendeu que era preciso renovar e apostou em etiquetas mais jovens no line up. Em comum, elas se importam com a questão de gênero, a sustentabilidade, os processos artesanais e o reaproveitamento de materiais excedentes da indústria.
Beira e Another Place levaram às passarelas peças que fogem dos esteriótipos e transitam entre o universo masculino e feminino. A grife gaúcha Också, que deve desfilar amanhã, seguirá na mesma linha.
Borana apresentou trabalho artesanal com aplicação de patchwork e peças de crochê de malha.
Uma peça de escama de peixe desidratada criada pelo estilista Lino Villa Ventura em 1999, por exemplo, foi reaproveitada em seu desfile. Assim como retalhos de couro descartados por varejistas fast fashion foram usados em coturnos.
Fabiana Milazzo, que tem um projeto de reaproveitamento de resíduos têxteis chamado Renovarte, se inspirou na obra de Vik Muniz em sua coleção e criou tecidos a partir de materiais descartados e com técnicas de upcycling.
Flavia Aranha, que está há dez anos no mercado criando peças com materiais orgânicos, leva sua coleção para desfilar pela primeira vez amanhã. Aranha utiliza técnicas de tingimentos naturais como resto de pau-brasil e casca de jabuticaba para alcançar a paleta e cor desejada.
A maquiagem não ficou de fora: muitas marcas apostaram em cosméticos orgânicos, veganos, naturais, cruelty-free e agender. A marca brasileira sustentável Simple Organic assinou a beleza do desfile de Lenny Niemeyer e do João Pimenta, por exemplo.