Titane foi o grande vencedor do Festival de Cannes em 2021 e, depois de ser exibido na 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, está disponível no catálogo da MUBI. Dirigido por Julia Ducournau (cineasta conhecida por Raw), o filme apresenta Alexia (Agathe Rousselle), jovem que sofreu um grave acidente na infância, levando à implementação de uma placa de titânio em sua cabeça.
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Anos depois, ela trabalha como dançarina e é apaixonada por carros — mas, por dentro, possui instintos assassinos. Quando um ataque de fúria a obriga a fugir, seu caminho se cruza com o de um chefe de bombeiros chamado Vincent (Vincent Lindon). O homem solitário procura até hoje pelo filho, desaparecido aos 9 anos.
Como o resumo já aparenta, Titane é um filme que abraça o bizarro para construir o drama da jovem só após metade da projeção. É preciso comprar a ideia original e absurda de Julia antes de qualquer coisa.
Mas, ao contrário de Raw (que, mesmo abordando traços de canibalismo, é menos chocante), a história não se sustenta tanto quando mergulha naquilo que não faz sentido.
Apesar da estética impecável e do impressionante jogo de cores e luzes que destacam, a produção não conta com tanta profundidade narrativa e, em certo ponto, os atos de Alexia não se justificam. No entanto, o impacto permanece da primeira até a última cena.
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Publicado em VEJA São Paulo de 9 de fevereiro de 2022, edição nº 2775