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✪✪✪✪✪ É possível separar a obra de seu artista? Essa é uma das perguntas que Tár, filme de Todd Field já em cartaz, apresenta neste grande concorrente ao Oscar 2023. A protagonista, interpretada com a perfeição (já esperada) de Cate Blanchett, é uma força da natureza — tão voraz quanto talentosa.
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Lydia Tár, maestra de uma renomada orquestra de Berlim, vive com a esposa e a filha e dá aulas ao redor do mundo. popular entre alunos e profissionais, a musicista nunca parece estar fora de seu pedestal. O mundo é seu palco. A fala elegante e a presença firme são mais do que o suficiente para intimidar quem está ao seu redor, mas, aos poucos, esse universo particular começa a ruir.
Desde a primeira cena, Field deixa claro que quer desafiar seu público. a partir dos créditos iniciais, que destaca os nomes de toda a equipe do filme e um ensaio musical ao fundo, já é possível se concentrar na arte clássica que Lydia tanto defende.
A partir do primeiro take centrado no rosto de Cate, o que acontece é praticamente uma queda livre de emoções e reflexões (inclusive sobre o movimento “Me Too”). O problema é que os lados ocultos desta personagem tão brilhante são complicados demais para ignorar; o que nos leva à pergunta do início do texto. Tár está indicado a seis oscar, incluindo melhor atriz e melhor filme. Veja ao lado outros títulos que concorrem em 2023.
Publicado em VEJA São Paulo de 8 de fevereiro de 2023, edição nº 2827
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