O fim do ano chegou e a minha lista de melhores filmes do ano também! Os últimos doze meses foram repletos de lançamentos no streaming – cuja presença na indústria só ganhou ainda mais força –, assim como nos cinemas, com a reabertura segura das salas durante a pandemia.
2021 entregou diversas produções impactantes de diretores renomados (de Steven Spielberg a Jane Campion) e de outros ainda no início de suas carreiras (fique de olho em A Filha Perdida, de Maggie Gyllenhaal, que estreia na Netflix no dia 31).
Houve, também, a exploração de histórias já conhecidas pelo público (Duna e Amor, Sublime Amor) e outras que nasceram no teatro (Tick, Tick… Boom!, Em um Bairro de Nova York). O cinema independente e de autor também brilhou com a retomada de eventos como a Mostra Internacional de Cinema em São Paulo e festivais ao redor do mundo (Cannes, Veneza e Berlim): Annette, First Cow e o brasileiro Deserto Particular são alguns exemplos.
E ainda não acabou: neste mês de dezembro, Matrix Resurrections, Homem-Aranha: Sem Volta para Casa e Turma da Mônica: Lições (que estreia no dia 30) são algumas opções para encerrar o ano muito bem.
Sem mais delongas, confira abaixo os meus filmes favoritos de 2021, em lista sem ordem de preferência.
ANNETTE
Com Adam Driver e Marion Cotillard em atuações dedicadas, Annette é uma experiência imperdível que mescla musical com um toque de surrealismo. Na trama, um casal apaixonado tem uma filha chamada Annette, que possui um dom realmente especial. O filme está disponível na MUBI e é um verdadeiro espetáculo de originalidade sobre amor, raiva, perdas e danos.
DESERTO PARTICULAR
Em cartaz nos cinemas, o emocionante longa de Aly Muritiba concorreu a uma vaga no Oscar 2022 e acompanha Daniel (Antonio Saboia), um policial afastado do trabalho depois de cometer um erro. Ele mora em Curitiba e cuida de seu pai doente. O único motivo de alegria do protagonista é a misteriosa Sara, que mora no sertão da Bahia, com quem Daniel se corresponde pelo celular. O desaparecimento súbito de Sara faz com que ele resolva cruzar o país em busca de seu amor.
TICK, TICK… BOOM!
Disponível na Netflix, o filme estrelado por Andrew Garfield mexeu com o coração dos criativos de plantão. Vivendo os últimos dias antes de completar 30 anos, Jonathan Larson sente que precisa escolher de uma vez por todas entre perseguir uma carreira como compositor na Broadway, depois de várias tentativas frustradas, ou se render à estabilidade financeira que um trabalho burocrático no mundo corporativo pode oferecer. É uma história emocionante – e muito bem conduzida pelo diretor Lin-Manuel Miranda – que vale o play.
AMOR, SUBLIME AMOR
Fãs de musicais puderam se deliciar mais uma vez com a história de Amor, Sublime Amor; agora, com a direção do aclamado Steven Spielberg (E.T., Tubarão). O tom shakespeariano dita todo o ritmo desta refilmagem sobre amor, ódio, preconceito e vingança. Maria (Rachel Zegler) e Tony (Ansel Elgort) se apaixonam perdidamente, mas custam a entender que a relação é proibida por causa de um duelo entre duas gangues de Nova York. Enquanto Maria é irmã do líder dos Sharks, Tony é ex-líder dos Jets. A tensão é crescente, mas Spielberg cria uma fusão entre as ameaças e o romance que transcende o gênero.
ATAQUE DOS CÃES
Os faroestes fizeram muito sucesso nas décadas de 50 e 60, mas o gênero mantém seu impacto no cinema até os dias atuais. O filme da diretora neozelandesa Jane Campion (premiada no Festival de Cannes por O Piano) segue um ritmo contemplativo e de emoções contidas, onde os significados são sugeridos mais nas entrelinhas do que em sequências de ação desenfreada. A trama se passa em 1925, quando a dupla de irmãos fazendeiros Phil e George (vividos respectivamente por Benedict Cumberbatch e Jesse Plemons) cruza o caminho de uma viúva (Kirsten Dunst) e seu filho adolescente (Kodi Smit-McPhee). Esse encontro muda o destino de todos. Na Netflix.
NOMADLAND
Para quem gosta de um bom drama, essa é a pedida ideal. As belas paisagens naturais apresentadas em Nomadland servem de contraponto à jornada da protagonista Fern (Frances McDormand, vencedora do Oscar pelo seu trabalho no filme). Ao mesmo tempo que vemos uma mulher desempregada e sem um teto fixo se encontrando na simplicidade dos dias dentro de sua van, a história se desenvolve a partir das perdas dos últimos anos: seu marido, seu emprego e até sua cidade, localizada no estado de Nevada, EUA. A crise econômica de 2008 e seus desdobramentos são abordados com sutileza pela diretora Chloé Zhao. No Telecine.
BELA VINGANÇA
Dirigido e escrito por Emerald Fennell, Bela Vingança é um thriller impressionante disfarçado de comédia romântica. Estrelado pela atriz Carey Mulligan, o filme conta a história de uma mulher que possui vida dupla: à noite, ela se vinga de homens predadores que fizeram com que ela tivesse trauma de seu passado. No Telecine.
MALIGNO
É claro que eu tinha de destacar um exemplar do cinema de terror também! No longa, uma mulher precisa deter uma misteriosa criatura de agir de maneira desenfreada. Pouco a pouco, o diretor James Wan (Invocação do Mal) apresenta informações que vão se juntando como se formassem um enorme quebra-cabeças. A atmosfera de horror certamente é uma das mais marcantes de 2021. Na HBO Max.
QUO VADIS, AIDA?
A Guerra da Bósnia e o Massacre de Srebrenica, dois fatos históricos que abalaram a Europa e o mundo desde a II Guerra Mundial, são retratados em Quo Vadis, Aida?. Aida Selmanagic (Jasna Djuricic) é uma tradutora que trabalha em uma missão da ONU em Srebrenica. Quando a região é dominada pelo exército sérvio, milhares de cidadãos buscam abrigo no acampamento onde ela trabalha – incluindo sua própria família. Enquanto lida com as negociações dentro do conflito diplomático, Aida faz de tudo para tirar seus filhos do meio do fogo cruzado. No Telecine.
O ÚLTIMO DUELO
O trabalho de Ridley Scott também merece destaque. Um drama épico estrelado por Jodie Comer, Adam Driver e Matt Damon (que também assina o roteiro ao lado de Ben Affleck e Nicole Holofcener). Apesar da roupagem de época, a temática abordada na trama inspirada em fatos é terrivelmente atual. Quando Marguerite de Carrouges (Comer), no século XIV, denunciou às autoridades que foi estuprada por Jacques Le Gris (Driver) dentro da própria casa, ninguém acreditou em sua palavra. O filme aborda as diferentes visões sobre o mesmo caso de forma impactante.