O longa O Velho, estrelado por Luiz Guilherme e Junno Andrade, está disponível em plataformas digitais como Looke, Now e Google Play. O filme se passa em um único local — uma prisão — e é baseado na peça teatral homônima (também protagonizada por Guilherme) criada por Márcio Alemão Delgado.
O roteiro discute os crimes de um serial killer de quase 80 anos por meio de uma conversa entre ele mesmo e um jornalista interessado no caso. À Vejinha, Luiz Guilherme fala sobre seu novo trabalho e a essência que manteve tanto nos palcos quanto na frente das câmeras.
“O velho pode lembrar Anthony Hopkins em O Silêncio dos Inocentes, mas não é exatamente assim. Ele não é um maluco em camisa de força ou alguém que precise ser contido. Ele é ciente do que fala e é essa a manipulação que faz com o jornalista, dando consistência ao que já fez. Essa é a base no teatro também”, diz Guilherme, que leu livros de psicologia a respeito de psicopatas para construir o protagonista.
Sobre o fato de as pessoas estarem consumindo cada vez mais produções (ficcionais ou documentais) dentro da temática criminal, o ator aponta: “O mundo está ficando muito violento. Exercemos essa violência e raiva verbalmente e mentalmente. Isso é um horror. Nos identificamos com o que estamos vendo, mas não é que queremos ser aquilo. Só queremos ver como aquelas pessoas são. Os bangue-bangues são divertidos, mas não é esse tipo de história que faz sucesso; é o terror psicológico. O Velho traz a provocação com a conversa que se desenvolve. ‘Será que eu seria capaz de matar?’ é a pergunta que fica”.
Para o futuro, Guilherme quer transformar em filme um romance que também parte de uma peça, na qual atuou ao lado de Cris Nicolotti: Quero Passar o Resto da Vida com Você, que estreou em 2019.
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Publicado em VEJA São Paulo de 22 de setembro de 2021, edição nº 2756