✪✪✪ Ninguém Vai Te Salvar possui um título que, ao mesmo tempo em que indica um possível spoiler, também é capaz de instigar. E essa sensação permanece até os créditos finais.
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Com a atriz Kaitlyn Dever basicamente atuando sozinha o tempo todo, esse thriller também traz outro instrumento ainda mais interessante para a narrativa: praticamente não há falas. A personagem principal, chamada Brynn Adams, vive sozinha em uma grande casa longe do centro da cidade.
Não se sabe muito sobre a garota – apenas que ela tinha uma grande amiga que faleceu de um jeito trágico (o motivo só é apresentado próximo ao desfecho). Brynn não tem familiares por perto e a população da cidade não se importa com a sua presença. Ela poderia gritar por socorro que nada aconteceria, e é justamente em um momento difícil que a protagonista descobre o preço da solidão.
Quando o diretor Brian Duffield insere a camada de seres alienígenas invadindo a Terra (mas sob a ótica de Brynn, que não tem contato com o mundo “real” e é pega de surpresa), o filme se torna aterrorizante. Kaitlyn consegue segurar nas costas uma personagem que mal possui diálogos com naturalidade. O espectador se sente ao lado da jovem o tempo todo, especialmente nos momentos em que não parece haver uma saída.
Apesar da ausência de um equilíbrio mais acertado entre a invasão alien e a atenção à jornada pessoal de Brynn, o longa entrega um bom resultado. Atenção especial para os alienígenas, que intrigam com suas intenções misteriosas. No Star+.
Publicado em VEJA São Paulo de 20 de outubro de 2023, edição nº 2864