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✪✪✪ Ms. Marvel, série do Disney+ que estreou na última quarta-feira (8), promete entregar um respiro ao multiverso de heróis do estúdio Marvel. Isso porque a produção é estrelada por uma jovem atriz e conta a história de Kamala Khan (Iman Vellani), adolescente muçulmana americana que sofre uma grande reviravolta ao obter superpoderes como os heróis que sempre admirou (em especial, a Capitã Marvel, interpretada por Brie Larson nos cinemas).
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Ao mesmo tempo que tenta dominar seus novos talentos, ela tem de enfrentar desafios dentro de casa e na vida social. Extremamente carismática, a performance de Iman como Kamala convence logo no primeiro episódio, pois ela não tenta emular um estilo que já foi visto antes.
A protagonista possui falhas, é insegura e não faz ideia de como conseguiu os poderes — tampouco como será capaz de equilibrá-los com sua rotina. O espectador é seu parceiro nas aventuras e descobertas. e, além da qualidade de escrita da personagem, o trabalho visual (repleto de cores e efeitos especiais) é um dos elementos mais marcantes da produção.
À Vejinha, Iman Vellani fala sobre o que sente ao estrelar sua própria série. “Ainda não sinto que isso tudo é real. Sinto que filmamos um pequeno filme independente e que três pessoas vão vê-lo (risos). Sinceramente, quando li esses quadrinhos, ninguém sabia quem Kamala era — pelo menos na minha comunidade. Era como se ela fosse o meu pequeno segredo pessoal. E, hoje, estou muito animada pelo fato de o mundo finalmente ver o que eu vi quando li aquele quadrinho pela primeira vez”, diz a atriz, de 19 anos.
Fã de heróis e de tudo o que cerca esse universo tão popular, Iman diz que possui uma afeição pela protagonista: “Eu pensava que as histórias foram baseadas em mim”, brinca. “Eu era apenas uma garota de Markham, Ontário, e ela ressoou comigo de uma maneira que eu nunca senti antes em qualquer outra mídia.”
Iman relembra a época do teste para integrar o elenco de Ms. Marvel. Na época, uma de suas tias enviou a chamada de elenco pelo WhatsApp. “Ela disse: ‘Você é fã da Miss Marvel, tente isso’. Mas eu achava que era algum tipo de golpe. Depois, fui convencida e enviei uma foto e um currículo bem acadêmico. Passei no processo meses depois, literal-mente no último dia do ensino médio. Foi uma verdadeira loucura.”
A jovem destaca que considerou importante misturar sua paixão por Kamala Khan com o profissionalismo diante de um grande papel, pois dessa forma ela conseguiria entregar algo autêntico. “O jeito como fico animada com as coisas de que gosto é bem similar ao jeito de Kamala. Por isso a equipe nem me deixou ver os sets da série até o dia em que íamos começar a filmar, porque qualquer reação seria exatamente o que eles gostariam para as cenas. Eu me lembro de pensar ‘O.k., então realmente não tenho que tentar, só vou trabalhar, me vestir e brincar’. Foi incrível.”
E, falando em experiências durante as filmagens da produção, Iman dá detalhes sobre como foi o dia em que se encontrou pessoalmente com Kevin Feige, presidente da Marvel Studios. “Ele meio que me assusta porque eu o admiro e o respeito muito. No primeiro dia em que Kevin foi para o set, estava despreparada. Eu o encarei até ele ir embora. Não falei nada, nem sequer consegui sorrir direito. Eu apenas dei um ‘oi’ e ele teve de ir para uma reunião. Quando Kevin voltou no dia seguinte, lhe entreguei uma carta de quatro páginas que escrevi com 72 perguntas que eu tinha sobre ele e o Universo Marvel. Ele me ligou e respondeu as primeiras quarenta”, conta.
Sobre as expectativas do público diante do lançamento de Ms. Marvel, Iman ressalta que a série utiliza a cultura de fãs para elevar a narrativa e destaca a ampliação do estúdio com Cavaleiro da Lua e Loki, que também estão disponíveis no Disney+. “As produções da Marvel são super fundamentadas em seus personagens e, ao mesmo tempo, há diversas perguntas sem resposta. Portanto, poder ver o fandom (fã-clube) da Marvel dentro do Universo Cinematográfico Marvel em si é algo original e divertido. Honestamente, eu acredito que Ms. Marvel vai representar uma legião de fãs — e digo isso porque senti uma euforia apenas filmando as cenas e lendo os quadrinhos.”
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Publicado em VEJA São Paulo de 15 de junho de 2022, edição nº 2793
