Filmes e Séries - Por Barbara Demerov

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Realista e afetuoso, ‘Marte Um’ é mais um belo exemplar do que o nosso cinema tem a oferecer

"É uma sensação forte, de potência", diz cineasta Gabriel Martins sobre aclamação após sessão no Festival de Gramado

Por Barbara Demerov
26 ago 2022, 06h00
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  • Imagem mostra família de quatro pessoas negras juntas, sorrindo, ao lado de um telescópio.
    'Marte Um' (2022): um dos longas mais premiados  (Filmes de Plástico/Divulgação)

    ✪✪✪Marte Um foi ovacionado em sua primeira exibição no Brasil, realizada durante o Festival de Gramado 2022. Levou público e crítica às lágrimas (incluindo esta que vos escreve) ao apresentar na telona uma família simples e carinhosa: os Martins, que vivem na cidade de Contagem, em Minas Gerais.

    +‘Noites Alienígenas’ em Gramado: a importância de olhar para o Brasil afora

    Após conquistar quatro prêmios Kikito — prêmio especial do júri, melhor longa pelo júri popular, melhor roteiro e melhor trilha sonora —, o filme de Gabriel Martins (No Coração do Mundo) não ficou somente no eixo do festival gramadense e entrou em cartaz nesta quinta (25).

    A trama exibe a rotina de uma família periférica, nos últimos meses de 2018, pouco depois das eleições presidenciais. São múltiplos fragmentos de realismo que tornam o cinema de Martins algo de outro mundo. Mas, apesar de o título indicar que a história se passa no planeta vermelho, a intenção é a de trazer o foco para o que é comum. A mágica, por assim dizer, está nas entrelinhas.

    O caçula Deivid (Cícero Lucas) sonha em ser astrofísico, apesar do pai, o porteiro Wellington (Carlos Francisco), querer que ele seja jogador de futebol. Tércia (Rejane Faria) é a matriarca e a filha mais velha, Eunice (Camilla Damião), está prestes a sair de casa. Embora o entorno trame surpresas nada agradáveis, a troca desse quarteto simboliza algo essencial: esperança.

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    Confira o papo com o diretor, Gabriel Martins:

    Qual foi sua sensação ao ver a recepção do público em Gramado?

    Este é um festival tradicional. E essa tradição, ao mesmo tempo que potente para a história do cinema brasileiro, também significa que projetos como Marte Um não foram tão comuns até hoje. São personagens periféricos, com elenco e diretor negros. É uma sensação forte, de potência. Até Antônio Pitanga reagiu ao nos ver chegando ao cinema. ele disse: “Eu me sinto bem em ver um elenco como o de vocês aqui no festival”.

    O filme terá o poder de unir pessoas?

    Vivemos tempos de certo cinismo, com individualismo na sociedade. Eu queria trazer a possibilidade de as pessoas olharem para essa família, que está ali se conhecendo. Quero promover a experiência de a pessoa sair de uma sessão emocionada — algo que particularmente considero lindo no cinema.

    Como você transportou tantos detalhes rotineiros de uma família comum para o filme?

    Eu cresci vendo longas americanos de colegial, que não tinham nada a ver com a minha realidade. Mas eu ainda me identificava com os personagens. Acho que a mesma ideia pode ser construída no nosso cinema. É possível criar um microcosmo de uma identidade específica do Brasil. Marte Um não precisa pronunciar certas características, mas todos os elementos formam uma linha de afeto.

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    Publicado em VEJA São Paulo de 31 de agosto de 2022, edição nº 2804

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