Espiral — O Legado de Jogos Mortais, novo capítulo da famosa franquia de terror, está em cartaz nos cinemas e traz Chris Rock como protagonista e produtor. Com uma narrativa que se apoia muito no suspense, mas que ainda assim impressiona com as cenas mais sangrentas, o longa dirigido por Darren Lynn Bousman (que comandou Jogos Mortais II, III e IV) fala sobre justiça de um modo sádico. Tal característica sempre moldou a identidade dos jogos e se faz presente no filme, ainda que em menor intensidade.
Quando o policial Ezekiel (Rock) depara com a investigação de um caso em que policiais são mortos violentamente, o personagem conta com a ajuda de seu novo parceiro, interpretado por Max Minghella, e de seu pai, o veterano Marcus (Samuel L. Jackson), para solucionar a situação. Rock, ator conhecido por trabalhar mais em comédias e standups, se esforça para trazer seriedade ao papel, mas parece não se adequar completamente a esta história tão dramática e densa.
No entanto, ao longo da trama ele é amparado pelos colegas de elenco, como Jackson. Espiral deve agradar aos fãs dos desafios no estilo conhecido de Jigsaw, antagonista da franquia. Agora com um imitador do assassino que age escondido, o lançamento busca reinventar a fórmula, mas a falta de profundidade do roteiro faz com que os maiores destaques sejam as cenas mais desconfortáveis, e não a construção da história em si.
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Publicado em VEJA São Paulo de 23 de junho de 2021, edição nº 2743