It’s a Sin, minissérie disponível no catálogo da HBO Max, proporciona uma viagem no tempo que não sairá de sua mente tão cedo. São apenas cinco episódios, mas o realismo da produção — que aborda o estouro da aids na década de 80 — já impacta logo de início.
O ponto de partida é a apresentação de um grupo de jovens movido a sonhos e tentações: Roscoe (Omari Douglas), Ash (Nathaniel Curtis) e Colin (Callum Scott Howells) vivenciam os prazeres e os desafios da juventude em uma agitada Londres. Já Richard (Olly Alexander) e Jill (Lydia West) almejam o sucesso como atores e ganham mais destaque da narrativa. Os meninos, que são gays, aprendem um com o outro e unem forças contra o preconceito, especialmente quando o drama real se apropria do tom da série.
Todos os personagens dividem não só o mesmo apartamento na cidade como também o sentimento de incerteza quando, de uma hora para outra, um vírus desconhecido passa a existir. Com a aids em cena, Jill se dedica a todos os garotos como se fosse uma mãe e It’s a Sin se transforma em uma série tão contagiante quanto devastadora: ao mesmo tempo que o afeto é palpável, a ameaça da doença está sempre à espreita.
É doloroso acompanhar o desinteresse do governo e da sociedade, mas a produção, sempre precisa, não dá as costas aos fatos. Assim, a jornada deste grupo que vive pelo presente torna-se ainda mais brilhante.
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Publicado em VEJA São Paulo de 11 de agosto de 2021, edição nº 2750