Desde a reabertura da Cinemateca, em maio de 2022, com mostra dedicada a José Mojica Marins, o Zé do Caixão, o público voltou a ter um espaço cativo para prestigiar clássicos e novidades na telona. Com duas salas amplas e programação gratuita, o local recebe cinéfilos e curiosos.
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Ao longo deste ano, destaca-se a grade plural, para crianças (com sessões quinzenais, aos sábados) e adultos. Há também pré-estreias de títulos nacionais e internacionais. Mas a tendência que está em alta recai nas produções cult, com cineastas como Jean-Luc Godard, Alain Resnais e David Lynch e mostras de cinema soviético.
César Turim, produtor cultural da Cinemateca, conta que a programação de Godard trouxe quase 1 000 espectadores. “Com Lynch, tivemos de trazer os filmes de volta devido à procura.” Turim ainda ressalta que, nos totens para o público deixar sugestões, o tema mais recorrente é “cinema novo brasileiro”.
Atualmente, está em cartaz a Mostra Cinema Alemão: Novas Direções, até 7 de maio. No mesmo mês, longas do movimento British New Wave entrarão em cartaz. Essa diversidade agrada a profissionais da área e entusiastas. Chico Fireman, crítico de cinema, define a Cinemateca como um templo. “No sentido religioso mesmo. É um lugar onde entro em contato com o que mais amo, com mais de um século de história”, diz.
Já para Lucas Kin, de 18 anos, o espaço proporciona muitos aprendizados. Lá, o jovem fez o curso grátis de Introdução ao Cinema Brasileiro e, comprovando o interesse das gerações mais novas, diz priorizar os clássicos, raramente vistos no circuito comercial. “É um espaço que formou a minha cinefilia.”
Cinemateca Brasileira. Largo Senador Raul Cardoso, 207, Vila Mariana. Horários do cinema: conforme grade de programação. As sessões de filmes são gratuitas. cinemateca.org.br.
Publicado em VEJA São Paulo de 03 de maio de 2023, edição nº 2839