O que move a humanidade? Arrisco dizer que é a busca pela felicidade. É ela que nos motiva a trabalhar, estudar, realizar coisas, viajar, casar, conquistar! Mas e se lhe perguntassem agora: o que é felicidade para você? Esse sentimento maravilhoso, mas difícil de explicar, está associado ao contexto e às vivencias de cada um e, com toda certeza, cada pessoa encontra um significado diferente para definir algo tão, mas tão, complexo.
Vou fazer um exercício de suposições. Para muitos, a felicidade está nos bens materiais; para outros, é ter muita saúde; para os apaixonados, é viver um grande amor; para quem se dedica à carreira, é conquistar o cargo desejado; para os pais, que os filhos sejam bem-sucedidos. Percebe que, em todos os casos citados, a felicidade está sempre do lado de “fora”?
Estamos condicionados a pensar que a felicidade vem sempre de alguma conquista exterior. Estudando a mente humana profundamente, descobri que a felicidade é um estado de “ser” que despertamos no nosso interior, ou seja, um estado mental.
Quanto maior o nível de inteligência emocional, menos conflitos internos e externos teremos, menos as circunstâncias irão incomodar e irritar. Assim, permanecemos com uma atitude mental confiante com a vida, vibrando nas emoções positivas.
Meditar, viver no aqui e no agora, ter contato com a natureza, fazer uma prece. Tudo isso é um estado de plenitude. Quando estamos no presente, isso expande nossa alma e traz insights poderosos. Quanto maior o nível de serenidade da mente, maior será a paz de espírito. A conclusão é: não há felicidade quando não se tem um propósito.
Imagine algo que queira muito conquistar. Qual foi a sensação? Na maioria das vezes, quando sonhamos com algo que desejamos profundamente — mesmo inconscientemente —, despertamos uma emoção positiva. Se somos aquilo que acreditamos, então ativar o sentimento de felicidade dentro de nós é compreender que a vida vai continuar nos desafiando. A virada de chave é como você vai lidar com os desafios.
Veja seus problemas como oportunidades de transformação e crescimento emocional, mental e espiritual. Busque o aprendizado com as adversidades e veja como as coisas se resolvem de maneira fácil e, principalmente, aprenda a evitar essas situações difíceis que tenha vivenciado. Isso vai determinar a sua felicidade e também a qualidade de vida.
Sem o contraste da tristeza, a felicidade não existe. Essa frase parece aliviar o peso de sempre ter de estar realizados. É querer uma vida sem problemas, alegre e satisfeita, e isso, definitivamente, não vai acontecer. É o encaixe da engrenagem que nos faz amadurecer. É preciso entender que faz parte, mas que também não dá para ficar paralisado ou reclamando de tudo.
Depois de tudo isso, você deve estar se perguntando: afinal, o que é uma vida feliz? No meu ponto de vista, é uma jornada com significado, propósito e inteligência emocional suficientes para lidar com os desafios quando eles aparecerem, sem medo de ser feliz!
A curadoria dos autores convidados para esta seção é feita por Helena Galante. Para sugerir um tema ou autor, escreva para hgalante@abril.com.br
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Publicado em VEJA São Paulo de 16 de março de 2022, edição nº 2780