CONTA QUE NÃO FECHA
Sempre tive um ideal. Me formei na FGV, fui para a área de marketing, virei trainee na Vivo, estava crescendo na empresa, mas ficava uma falta. Como ajudar as pessoas e transformar o mundo? Sentia o ambiente com muito stress, ansiedade, falta de propósito. Havia aquela ideia de que felicidade não era para todo dia. A semana era para trabalhar e ganhar dinheiro, ser feliz era para os fins de semana e feriados. Não me bastava.
BUSCA PESSOAL
Nunca me imaginei só estudando, mas em um momento da minha vida percebi que era isso que precisava fazer. Descobri a psicologia positiva, a inteligência emocional, a neurociência, o programa Search Inside Yourself. Na minha classe havia CEOs, diretores, líderes. Percebi que precisaria trabalhar dentro das empresas para que qualquer ambiente tóxico pudesse ser transformado.
MUDANÇA ESTRUTURAL
É alarmante: hoje temos mais de 33 milhões de pessoas sofrendo com burnout no Brasil, segundo a OMS, e somente 27% dos colaboradores estão engajados no trabalho, conforme pesquisa da Gallup. Muito já se estudou sobre a “Ciência da Felicidade”, mas na prática poucas empresas conseguem efetivamente conduzir o tema da felicidade corporativa como uma estratégia.
PRIMEIRO, AS PESSOAS
Um mundo em constante mudança pede metodologias de projetos ágeis e abertas a mudanças. O ano de 2020 veio para provar que qualquer empresa precisa estar aberta a se reinventar do dia para a noite. Antes disso, existem questões que são fundamentais e que deveriam ser prioridade para qualquer empresa: seu propósito, seus valores e a entrega da sua missão com excelência. Para que esses temas sejam prioridade, porém, deve-se cuidar de quem os faz acontecer (ou não): as pessoas. O colaborador é o maior influenciador da marca.
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METODOLOGIA PARA APLICAR
A primeira etapa é a de mapeamento e entendimento do cenário. Com a ajuda de especialistas, é preciso pesquisar internamente e chegar ao “índice de felicidade”. Ele leva em conta cinco pilares: emoções positivas, engajamento, relacionamentos, significado e realização.
PLANO TRAÇADO
A partir do diagnóstico começa a estruturação do Plano de Felicidade Organizacional. Segue-se com as etapas de implementação, mensuração dos resultados e adequações, que devem ser contínuas. Outra etapa importante e transversal é a da comunicação interna com os colaboradores. A transparência e a confiança são fundamentais para o sucesso do plano.
LONGO PRAZO
É importante destacar que, a partir do momento em que a empresa se compromete a falar sobre e a agir abertamente no campo da felicidade, deve-se assumir o compromisso de sustentá-lo ao longo do tempo. Para funcionar, o plano deve ser atualizado e reavaliado constantemente.
BENEFÍCIOS DURADOUROS
Os resultados incluem melhores relações, liderança positiva, maior produtividade e criatividade, resiliência e retenção de talentos. A Felicidade Corporativa vai além das satisfações e compensações. Exige planejamento, conhecimento e dedicação. E na sua empresa? A Felicidade é tratada como um projeto prioritário ou ainda estão esperando o futuro chegar?
Renata Rivetti (@reconnect. happinessatwork) é fundadora e diretora da Reconnect Happiness at Work, especialista em felicidade corporativa e entusiasta de uma vida plena e feliz, de segunda a segunda.
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Publicado em VEJA São Paulo de 09 de dezembro de 2020, edição nº 2716.
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