Temos que tirar o chapéu para quem, apesar de todas as dificuldades, se esforça para mudar de vida. A história do Gustavo Constantino, gerente de uma indústria de condutores elétricos, de 32 anos é muito inspiradora.
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Em 2009 ele pesava 120 quilos, tinha lesões nos joelhos e na lombar devido ao excesso de peso e estava com a pressão nas alturas. Hoje, ele está com 82 e explica como atingiu esta marca. “Perder peso não é um tiro de um quilômetro, é uma maratona!, diz ele.
Início
Como não podia fazer atividades de impacto e pedalar era arriscado – devido ao comprometimento dos joelhos –, por recomendação médica ele buscou ajuda médica. “Até pegar meu filho recém-nascido no colo ou brincar com ele era limitado por ordens do fisioterapeuta”, conta. Paralelo ao tratamento, Gustavo procurou um endocrinologista que identificou e tratou as principais taxas (colesterol, triglicerídeo e ácido úrico) e começou a fazer escolhas mais saudáveis.
No final de 2011, mais leve (então com 109,5 quilos) e sem dores, ele foi liberado para atividade física supervisionada. Procurou um educador físico e passou a encarar treinamento funcional, musculação e natação.
Mas a grande transformação teve início mais adiante. “Quando meu filho apresentou um desvio na pisada relacionado aos joelhos, pensei ser uma herança genética e um médico me disse que meu problema era devido ao peso. Fui para casa refletindo sobre aquele encontro. Naquele dia, fortaleci minhas escolhas, assumi uma dieta com saladas, vegetais e carnes magras e cortei todo o refrigerante ou água com gás (tomava três litros por dia). E me comprometi a me exercitar duas vezes por dia: pilates, natação, ioga, musculação ou caminhada.”
Mudança
Devido ao trabalho, Gustavo treinava cedo pela manhã ou muito tarde da noite. E durante o mestrado, ainda estudava durante a madrugada. “Lembrei que era um momento muito tranquilo, sem compromissos sociais. Então, resolvi treinar as cinco da manhã. Foi aí que começou a rotina que mantenho até hoje de acordar cedíssimo para treinar.” (Saiba boas dicas para acordar cedo treinar)
Em 2012, ele já estava abaixo do índice de obesidade e, para comemorar, voltou ao fisioterapeuta e ao ortopedista e pediu para pedalar. “Eles aprovaram desde que eu me precavesse com rotinas de fortalecimento na academia. Passei então a nadar, pedalar e fazer musculação. Um dia minha mulher me chamou para correr, algo que nunca tinha pensado antes. Topei o desafio e fomos. Corri uns 600 metros. Tempos depois, quando corri 5 quilômetros direto, lembro que me emocionei.” E em seu aniversário de 30 anos, para comemorar, organizou com alguns amigos um triathlon (sprint).
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Depois que introduziu a corrida e o triathlon em sua vida, Gustavo emagreceu mais nove quilos. “Hoje estou com 82 quilos. E já fiz maratona, triatlo olímpico, triatlo sprint, duatlo e pedal de 100 quilômetros”, orgulha-se.
Rotina
Não é fácil mudar a rotina e pular da cama cedo. Mas Gustavo desenvolveu algumas estratégias. Ele acorda diariamente às quatro e meia da manhã para treinar corrida ou ciclismo e as atividades começam às cinco. Ao meio dia, faz natação ou musculação. Ao total, são 12 ou 13 treinos por semana.
Preparação: “deixo tudo separado na noite anterior e quando desperto, mentalizo que esta é a vida que escolhi, uma vida que orgulha a mim e a minha família.”
Motivação: “às vezes a cama é mais atrativa que o treino, mas lembro da sensação frustrante do que é um treino não feito. Ou então, minha mulher percebe que não levantei ainda e sussurra: vai treinar, gordinho!”
Acompanhamento: “ter um treinador exigente ajuda também a manter o compromisso.”
Alimentação
Em relação à dieta, Gustavo conta que segue um cardápio elaborado por um nutricionista esportivo. “Como muita comida natural e busco sempre alimentos muito nutritivos: saladas cruas, batata doce, oleaginosas e carnes magras. E faço suplementação pré e pós treino. São sete refeições e quatro suplementações por dia”.
Que dicas pode dar para quem está acima do peso e quer emagrecer?
1) “O importante é a sustentabilidade: o ideal é malhar, fazer dieta, dormir oito horas por dia e cortar doces e frituras. Só que fica muito estressante e difícil de manter. Acredito que você deve dar pequenos passos: entender por que está acima do peso, se conhecer. Perder peso não é um tiro de um quilômetro, é uma maratona!”
2) “É mais fácil colocar do que tirar: sempre gostei de comer e ir a restaurantes. Então comecei comendo uma vasta salada crua antes das refeições, depois parei de ver TV ao me alimentar, limitei os excessos aos compromissos sociais. E o mesmo com exercícios: inicio com rotinas leves, com um trabalho de respiração e alongamento, depois faço natação (não nadava nem 500 metros por treino) e assim, vai.”
3) “Alinhe as informações com uma equipe de saúde: uma pessoa com sobrepeso como eu tem muitos fatores de risco e acaba indo a muitos médicos. Então, faço anualmente um super check-up: levo exame de sangue, eletro, ecocardiograma e esteira para o cardiologista avaliar. O ortopedista analisa meus joelhos, coluna e pisada para verificar se posso e como devo trabalhar meu corpo para atingir meus objetivos. A endocrinologista orienta como deve tratar minha alimentação e observa minha tireoide e humores sanguíneos. Levo todas estas informações ao treinador e alinhamos intensidade e frequência de treinos. Por fim, sabendo das minhas capacidades, orientações e objetivos, vou ao nutricionista, organizar a alimentação de acordo como os horários que trabalho, treino e descanso, orçamento e paladar.”
E como manter a motivação dia após dia?
“Nós nos acostumamos com uma situação desconfortável. Passei boa parte da minha vida acima do peso e fazendo dietas estressantes. Decidi que queria viver melhor. Se mantivesse os velhos hábitos, me sabotaria outras vezes. Para isso, tem que se esforçar. Então, lembro porque comecei. Hoje sou um pai e marido melhor. Estou mais presente para eles e eles para mim. Quero uma vida melhor. Estou treinando para vida.”
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