Por Tiago Faria
O diretor inglês levou três décadas para voltar à ficção científica, filão que havia deixado de lado desde “Blade Runner, o Caçador de Androides” (1982). Não à toa, o retorno ao universo de “Alien, o Oitavo Passageiro” (1979), uma de suas melhores criações, se tornou um dos lançamentos mais aguardados do ano pelos fãs do gênero. Até eles, desta vez, devem se surpreender com o grau de ambição do projeto. Sem se limitar ao horror, o cineasta pretende conjugar o clima angustiante do original com reflexões filosóficas herdadas de clássicos como “Solaris” (1972) e de “2001 — Uma Odisseia no Espaço” (1968). O resultado, como era de esperar, raramente fica à altura de tanta pretensão. Se as divagações sobre a origem da humanidade esbarram no vazio, mais poderosas são as cenas de angústia e terror físico, que grudam o público na poltrona ao reprisar elegantemente o modelo do primeiro episódio da série. Isolada na nave espacial Prometheus em 2089, trinta anos antes dos acontecimentos de Alien, uma equipe de pesquisadores investiga a existência de vida em outros planetas. À frente do time, os arqueólogos Elizabeth Shaw (personagem defendida com bravura por Noomi Rapace) e Charlie Holloway (Logan Marshall-Green) usam como mapa antigas pinturas rupestres. Ao desembarcarem em um mundo cinzento, descobrem os vestígios de uma civilização alienígena, aniquilada por um inimigo monstruoso. No papel de um androide demasiado cortês, Michael Fassbender (de “Shame”) compõe uma das grandes atuações do ano.
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AVALIAÇÃO ✪✪✪