1. Os beagles são uma raça padrão para pesquisas no mundo todo, pois são cães dóceis e de fácil manuseio. Muitos são criados especificamente para isso. Nos EUA, existe um grupo de proteção, o Beagles Freedom Project, que realiza resgates e luta para acabar com a prática. No site deles, há vários vídeos de libertações. Assustados, os peludos demoram a sair das gaiolas e a entender que estão livres.
2. Em 2008, foi criada a lei 11.794 (leia ela na íntegra aqui) que regulamenta os experimentos com animais no Brasil. Há parágrafos de interpretação bastante ampla. Se o Instituto Royal for considerado culpado das acusações de maus tratos, pode ser penalizado com: advertência; multa de 5 000 a 20 000 reais; interdição temporária; suspensão de financiamentos de fontes oficiais de crédito e fomento científico; ou, mais gravemente, interdição definitiva.
3. 80% das pesquisas com animais no mundo são realizadas com camundongos e ratos, mas também estão envolvidos macacos, cachorros e aves.
4. Calcula-se que 100 milhões de bichos por ano sejam usados em experimentos.
5. Esses testes custam, em média, 14 bilhões de dólares anualmente.
6. As pesquisas são usadas principalmente, nesta ordem, para: desenvolvimento de novas drogas, produção de vacinas, pesquisas relativas ao câncer e estudos de toxicidade.
7. Minha colega Carol Romanini, do Beleza de Blog, publicou a lista do Peta (People for the Ethical Treatment of Animals) sobre empresas de cosmético que realizam ou não testes em animais (dá para lê-la aqui). O grupo brasileiro Pea (Projeto Esperança Animal) relacionou também algumas marcas brasileiras que não realizam esse tipo de experimento (veja aqui). Entre elas, aparecem Granado, Jequiti, Mahogany, Contém 1g, O Boticário…
8. O deputado estadual Feliciano Filho apresentou em 2012 um projeto de lei que restringe a utilização de animais em atividades de ensino no Estado de São Paulo, prática comum em várias universidades (leia a íntegra aqui).
9. O Instituto Royal é uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), ou seja, recebe verba pública de instituições de fomento à pesquisa.
10. Estão rolando pelo menos dois abaixos-assinados na internet contra os testes no Instituto Royal, um da Avaaz e outro da Petição Pública. Existem também grupos que procuram por métodos alternativos ao uso de animais em pesquisa, como a Sociedade Brasileira de Métodos Alternativos à Experimentação Animal (SBMAlt).
*Quem me ajudou com algumas das informações foi o biólogo e Professor Doutor Thales Tréz, pesquisador da Universidade Federal de Alfenas, em Minas Gerais, que estuda o assunto há quinze anos. Ele mesmo, em 1998, “raptou” um cachorro que seria usado em uma aula de biologia na Universidade Federal de Santa Catarina e conseguiu que o uso de animais fosse vetado nas aulas de lá a partir de então. O cão seria anestesiado para, em seguida, serem aplicadas diversas substâncias a fim dos alunos verem como o sistema cardiorrespiratório do pet respondia às injeções.
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