Três meses depois de encarar uma enxurrada de críticas por lançar uma coleção de esmaltes considerada machista, a marca Risqué agora enfrenta outro problema. A manicure Patricia de Oliveira, que trabalha em um salão de beleza no bairro da Santa Cruz, na capital, feriu a palma da mão na tampa pontiaguda da nova embalagem da fórmula hipoalergênica.
Ela pediu ajuda à associação de consumidores Proteste para que o produto fosse retirado do mercado e sua embalagem reformulada. “Estava trabalhando e o esmalte caiu. Quando fui pegá-lo, a ponta da tampa acabou entrando na palma da minha mão. Na hora, o corte sangrou bastante. Dias depois acabou inflamando e eu fiquei com uma cicatriz”, conta Patrícia.
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Constatado o acidente de consumo, a Proteste enviou ofício ao fabricante e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pedindo a retirada do produto do mercado e a alteração da embalagem por estar em desacordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC), por deixar de oferecer a segurança necessária que do produto se espera.
Também foi enviada cópia do ofício para o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), do Ministério da Justiça. “Neste caso, a tampa causou um acidente e por isso pedimos a retirada do produto para modificação da embalagem e não do esmalte em si. Todos os veículos responsáveis pela fiscalização estão notificados e devem acompanhar o caso”, explica Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste.
A Risqué retornou a notificação feita no último dia 8 pedindo um maior prazo para sua defesa. Inicialmente, foram concedidos pela associação cinco dias para uma resposta. Após o pedido, mais cinco dias para que a empresa comunique qual ação será tomada.
Até o momento, a consumidora não entrou em contato diretamente com a marca que, em nota, informou que “sua nova embalagem está no mercado desde julho de 2014. Ela foi criada a partir de muitos estudos e pesquisas realizados com consumidoras e manicures, que contribuíram para o seu desenvolvimento e validaram sua funcionalidade e formato. A marca está à disposição da consumidora que procurou a Proteste para averiguar o ocorrido e prestar o auxílio necessário”.
O objetivo da Proteste é evitar a ocorrência de outros acidentes de consumo. “Ela foi orientada a fazer a reclamação também na Risqué, o que é importante. Ela cortou a mão, ficou uma pequena cicatriz. Tem direito a uma indenização. Em relação ao restante, nós já tomamos todas as providências. É importante lembrar que a marca continua sendo responsável por qualquer outro acidente, mesmo após a mudança na embalagem. Por isso é importante haver um recall do produto, alertando sobre o problema”, explica Maria Inês. “Tentei enviar um e-mail para a marca, mas não consegui. Vou ligar no serviço de atendimento ao consumidor, que é mais fácil”, afirmou a manicure, que trabalha há mais de cinco anos na profissão.