Uma das ferramentos de trabalho do artista Hal Wildson é a máquina de escrever. De tecla em tecla, ele cria retratos por meio de letras. “Inicialmente, crio uma teia com as palavras memória, palavra e esquecimento. Depois, vou sobrepondo símbolos aleatoriamente”, explica ele que leva cerca de três meses para produzir simultaneamente dois trabalhos desse tipo.
Pensar a memória, sua construção e traumas, é essencial para pensar a produção do artista. “Minha vida tem influência na minha produção. Nasci em Aragarças, Goiás. Minha infância se deu lá, sem meu pai e minha mãe. Fui criado pela minha avó. Ao mesmo tempo, que tive a possibilidade de brincar na rua, nadar em rios, minha história familiar é permeada por questões como feminicídio e alcoolismo”, detalha ele.
“‘É na memória que plantamos a semente do futuro’ é uma frase importante para mim. Meu processo de criação começa a partir do esquecimento, de revisitar a minha história e me aprofundar em traumas para me libertar e curar”, complementa Hal.
O artista mora hoje no litoral paulista e vê seu trabalho para além da minúcia de seu processo.”Quando cresci, vi que as questões que me perpassam têm a ver com problemas sociais. Não quero que as pessoas somente se emocionem com as minhas obras, quero que elas se questionem”, finaliza.
Em 2021, Hal deve realizar uma exposição na galeria carioca Movimento, que o representa. Contudo, devido à pandemia de Covid-19, não há ainda previsão de data. Seu produção pode ser acompanhado no Instagram.
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