“Sou do Tatuapé. Minha ideia é mudar o bairro para que se transforme em um dos melhores lugares do mundo”, diz o empresário Guilherme Temperani, 36. A ambição é gigante, mas Temperani está promovendo uma mudança significativa, do ponto de vista gastronômico.
Ele, que já tinha naquela vizinhança o restaurante Macaxeira, de culinária nordestina, e a casa de carnes Uru Mar y Parrilla, partiu para uma empreitada grandiosa. À frente de um grupo de dez sócios, seis deles investidores, inaugurou o complexo Vila Anália no início de maio, de proporções inéditas na cidade.
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Nasceram no mesmo espaço simultaneamente quatro restaurantes com cardápios e salões próprios: o italiano Temperani Cucina, o francês Merci Brasserie, o japonês Susume e o espanhol Tapas 93. No mesmo pacote, foi aberta ainda a Vila Anália Pâtisserie, confeitaria com doces vistosos e muito bem-feitos. Veio logo depois o misto de empório e loja de vinhos do mezanino. Ainda faltava um último inquilino, que chegou agora em outubro à cobertura do imóvel: grego MII Rooftop, que tem um agradável espaço ao ar livre só para ele.
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Para que todo o polo de 4 400 metros quadrados andasse nos trinques, Temperani e sua turma não economizaram ao contratar uma equipe de peso. Dão expediente por lá o chef italiano Antonio Maiolica e seus colegas Thiago Cerqueira, Fabio Sinbo, Eduardo Portillo e Pedro Frade, além do sommelier Ricardo Santinho. A cozinha central está nas mãos de Ligia Karazawa.
E não foi só isso. “Uma das minhas preocupações foi ter um hub apenas para delivery. Não quero que a pandemia volte, mas temos de estar preparados”, diz. Entre outros cuidados, há uma entrada separada para esse serviço, com a intenção de não atrapalhar o andamento dos restaurantes.
“Com tudo pronto, chegamos a um investimento total de 22 milhões de reais”, contabiliza Temperani, que se autodefine como um libriano indeciso e é dono de uma história familiar singular. Quando o tataravô Leopoldo Temperani deixou a Itália para viver no Brasil, no fim do século XIX, montou um circo com o nome da família. Seu papel nas apresentações era o de homem-bala. O avô, também Leopoldo e por quem Guilherme nutria tremenda admiração, arriscava a vida no globo da morte ao lado do irmão Osmar. “Nem carta tirei. Tenho fobia de carro, moto”, revela ele, que fez um baita esforço para tirar a foto desta página em cima de uma Kawasaki. “Se fosse na época do circo, eu seria o palhaço”, diverte-se.
Depois de abandonar os espetáculos sob a lona colorida, Leopoldo e Osmar montaram a lanchonete Dizzy, em Santana, que existe até hoje e pertence a filhos dos fundadores. Foi nessa casa que Guilherme se iniciou no mundo gastronômico lavando copos, aos 13 anos. “Lavava muito bem”, garante o pia, que prosperou no mundo dos negócios. Por seu empreendedorismo, Guilherme Temperani é o restaurateur do ano por VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER 2022/2023.
Leia a resenha sobre o Vila Anália aqui.
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Publicado em VEJA São Paulo de 9 de novembro de 2022, edição nº 2814
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