Foi muito difícil se separar do MasterChef?
Sempre acompanhei o MasterChef. Participei da temporada de 2015, quando fui finalista — não perdi, só acho que não ganhei (risos). Depois participei da apresentação das prévias do MasterChef Júnior no mesmo ano e das duas temporadas de 2016 e 2017. Em 2018, fiz ainda o VideoNews, que entrou no lugar da prévia. Em 2019, parei de trabalhar para a Band, mas fiz as prévias do Instagram em 2020 para a Endemol (dona do formato). Quando participava da prévia, viajava com a equipe, estava nos bastidores, podia acompanhar as provas. Continuo muito ligado. Tenho uma empresa que vive bastante do MasterChef até hoje. A agência Mení empresaria os campeões e participantes do reality, como o Leo (Young), a Michele (Crispim). Em 2017, apresentamos o projeto do Desvendando Cozinhas para a Band, que nunca demonstrou interesse. Aí, a RedeTV! me procurou dizendo que precisava de alguém para o lugar do Edu Guedes. Deu certo.
Como é a parceria com a RedeTV!?
A agência Mení (de Raul e do empresário dele, Caio Romano) e a minha parceira de vídeo Tomada são responsáveis pela concepção do projeto, que tem produção da RedeTV!. Estou com um contrato de PJ de um ano com a emissora, com direito a crachá e tudo. Temos uma patrocinadora, que é a Rochedo, da qual sou embaixador.
Desvendando Cozinhas é…
…um doc reality. Temos um roteirista, mas reescrevo todas as minhas palavras para ficar do jeito que eu falo. Estou diretamente envolvido. Mas quem sou eu para fazer um Pesadelo na Cozinha (programa do chef Erick Jacquin)? Não tenho vinte anos de cozinha para dizer o que as pessoas têm de fazer. Não espere me ver gritando durante o programa como o Jacquin. Não nasci para ir a um lugar e avaliar. Não é a minha vibe.
Como se mapeiam os locais?
Nesses últimos anos, a gente tinha algumas ideias e ia registrando. Também queríamos mostrar a indústria da alimentação como grandes cozinhas. Com o agravamento das restrições, ficou mais difícil. A ideia era mostrar como se faz a lasanha congelada, como é a produção do ovo que você come na sua casa.
O que o público poderá ver nessa temporada de Desvendando Cozinhas?
Os bastidores de grandes operações. No primeiro episódio, apresentamos como funciona a dark kitchen Devoro, que fica em Pinheiros e pertence à Cia Tradicional de Comércio. De lá, saem pratos das várias marcas do grupo, como Bráz, Bráz Trattoria, Pirajá, Astor, Lanchonete da Cidade. Na próxima segunda-feira, vamos mostrar o projeto social do padre Júlio Lancelotti. Voluntários fazem milhares de refeições por dia para o povo de rua. Eles produzem um pão supernutritivo. Só não posso entregar a receita porque senão fico sem ter o que falar (gargalhada).
Estão previstos lugares inusitados?
Pretendemos gravar numa prisão e num quartel assim que liberarem as restrições. O programa piloto, que foi num motel, será refeito por causa da pandemia. A Associação Brasileira de Motéis abraçou a gastronomia como um diferencial. Há cozinhas superbem montadas que conseguem expedir pratos e rapidamente, em média em vinte minutos. Sei que a piada é inevitável, mas come-se muito bem no motel. É um mercado muito sério.
“Sou fã demais da Palmirinha. Quando a conheci, foi muita emoção. Ela é uma belezura, uma bonequinha”
O que escolhe para cozinhar? Como é esse momento do programa?
É o laboratório do Raul. Ao mesmo tempo que cozinho, conto um pouco como é a operação que eu fui ver. Sempre faço uma homenagem aos lugares que visitamos ou ao assunto do programa. No primeiro episódio, preparei um macarrão oriental. Até tinham massas italianas, mas ensinei o yakissoba porque, depois da pizza (que também estava no programa), é um dos pratos mais vendidos em delivery. Não espere um prato gourmet, sofisticado. A ideia é fazer comida que possa ser reproduzida em casa.
Quantos episódios estão prontos e quantos serão exibidos em 2021?
Temos cinco gravados e um sexto incompleto. A ideia é ir ao ar toda semana. Então seriam 52 por temporada completa.
Como está a Rango TV, seu projeto de programas na internet?
Durou oito meses. Estávamos na plataforma Twitch. Os chefs convidados se conectavam de casa ou do trabalho via webcam e a gente transmitia com um switcher. Era um tiradúvidas em tempo real, havia interação de verdade. A gente construiu uma comunidade forte. Tínhamos por dia de quatro e meia a cinco horas de programação e quase 8000 seguidores. Só nessa fase eu fiz 360 horas de live. Quando acabou o contrato com a Twitch, migramos para o YouTube, o Facebook e o Instagram. Eu e meus sócios mantivemos a programação até janeiro, mas não deu para bancar mais. Permanecemos on hold (em espera) agora. Estamos cheios de ideias para ressuscitar a Rango TV.
Como está a vida familiar?
A Laura (Gianfaldoni) está grávida de nosso segundo filho, aliás, segunda filha, a Maria, que nasce em maio. Nesse momento, ela está isolada no interior de São Paulo. A Laura é publicitária como eu e, desde que saiu da área, virou consultora de estilo. Depois que teve o Francisco, passou a trabalhar na Mení. Faz planejamento e gerenciamento de projetos.
Deu para juntar dinheiro?
Não passo as necessidades que passava antigamente. Tenho um carro, mas não compraria um imóvel. Tenho outros planos para o meu rico dinheiro.
Quando se iniciou essa paixão pela cozinha?
Sou rato de programas culinários desde criança. Lembro de ver Ofélia. Gostava muito do Jeffrey Smith até saber dos escândalos bizarros dele. Meu sonho era conhecer a Ana Maria Braga. Ainda hei de! Conheci a Catia (Fonseca) na Band. Por causa dela, eu chegava atrasado à faculdade para vê-la no Mulheres. Sou fã demais da Palmirinha, que conheci graças a você. Naquele dia (de uma degustação em vídeo de panetones em 2019) eu não estava conseguindo nem falar. Era muita emoção. Ela é uma belezura, uma bonequinha.
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