O entusiasmo era enorme. Com atividades comerciais interrompidas desde o fim de março por causa da pandemia, a chef Janaína Rueda daria início ao primeiro dia de delivery do Bar do Dona Onça, no centro, no almoço desta quarta (3). Daria, bem dito. “Estava toda animada com a equipe. Começamos ao meio-dia e, em 8 minutos, já tínhamos 10 pedidos. De repente, meu computador ficou preto”, conta a cozinheira. Por sorte, conseguiu entregar as encomendas que estavam registradas.
“Na hora, liguei para a Altec, empresa responsável pelo sistema. Fui informada de que poderia ser um ataque global, motivado por uma falha de atualização no sistema”, afirma Janaína, que publicou o protesto da foto acima nas redes sociais. Na nota, dizia que não poderia atender os clientes. “Será que agora teremos de lidar com bandidos virtuais”, queixa-se. Também foram afetadas a lanchonete Hot Pork e a Sorveteria do Centro. Só escapou ilesa A Casa do Porco Bar. “Ficamos encafifados porque não foi pedido um valor para nos devolver os dados do computador”, diz.
Desde as 18h, o sistema do Bar da Dona Onça segue funcionando normalmente depois de ter sido feito um grande investimento em antivírus ainda mais potentes que os que já estavam nas máquinas. Aproveitei para conversar com Fernando Blay, sócio da Altec. Ele explicou que se trata de um malware que sequestra o computador de uma empresa ou mesmo de pessoas físicas e costuma exigir um valor pelo resgate em moeda virtual bitcoin na maioria das vezes. Dessa forma, não deixa rastros que possam levar ao criminoso digital.
“É um ataque semelhante ao do Ransonware, virus disparado poucos anos atrás”, explica Bay. “Depois do ataque, precisamos formatar a máquina e reinstalar os sistemas operacional e de gestão do restaurante, além recuperar os dados do backup.” O especialista também lamenta que, com a pandemia, não consiga mandar os técnicos ao local e tenha de resolver tudo remotamente, o que pode demorar um pouco mais.
A malfeitoria não se resumiu apenas aos estabelecimentos dos Rueda. Benny Goldenberg, sócio da rede La Guapa e do Arturito, em Pinheiros, além de dono do Mangiare Gastronomia, na Leopoldina, conta que também foi vítima. “No nosso caso foi ontem pela manhã. Percebemos logo cedo, às 9h”, revela. “Tivemos problemas com a unidade do La Guapa na Alameda Itu, destinada apenas para delivery, e no Mangiare.” O empresário conta que montou um grupo do WhatsApp com representantes do setor e calcula que o número de endereços gastronômicos afetados pelo vírus cibernético pode chegar a 40. “Já tinha acontecido conosco uns três anos atrás no Arturito.”
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