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Vice-prefeito de Cotia entra na Magnamed para confiscar respiradores, diz empresa

Imagens enviadas para Vejinha mostram o momento da ocorrência

Por Pedro Carvalho
Atualizado em 27 mar 2020, 20h21 - Publicado em 27 mar 2020, 19h09
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  • O vice-prefeito de Cotia, Almir Rodrigues (Arquivo pessoal/Divulgação)

    A Magnamed, fabricante de respiradores hospitalares, afirma que o vice-prefeito de Cotia, Almir Rodrigues, entrou na fábrica da empresa (localizada no mesmo município) para confiscar 35 equipamentos do tipo, no final da tarde desta sexta-feira (27).

    Imagens enviadas para Vejinha mostram o momento da ocorrência:

    A Magnamed é uma das três fabricantes desses equipamentos no país. Em 19 de março, um ofício do Ministério da Saúde determinou que o estoque e a produção dos seis meses seguintes da empresa seriam vendidos ao governo federal.

    No início da semana, porém, um novo ofício mudou um detalhe do plano: antes de fazer essa entrega, a empresa poderia enviar pedidos já encomendados por prefeituras e governos estaduais. Esses pedidos somariam por volta de 150 respiradores, enquanto a encomenda federal chega a 7 000 itens nos próximos três meses.

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    Desde a publicação do novo ofício, a empresa tem recebido uma série de ligações de governos e prefeituras exigindo a entrega de equipamentos. “Todo dia alguém quer dar uma carteirada”, diz um representante da empresa.

    No fim de tarde de sexta, Almir Rodrigues teria entrado na fábrica da Magnamed com o novo ofício e um grupo de policiais da Guarda Civil Metropolitana. “Ele quer levar respiradores que ainda não passaram pelos testes finais de qualidade e sem dar notas fiscais”, diz um representante da Magnamed.

    Veja SP não conseguiu contato com a área de comunicação da prefeitura de Cotia.

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    Confira nota da Magnamed sobre o episódio:

    “A Magnamed vem a público informar que a sua unidade de produção de ventiladores, usados em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI), em Cotia (SP) foi invadida pelo vice-prefeito de Cotia (SP), Almir Rodrigues. Nessa ação, foram levados 35 equipamentos, que AINDA NÃO ESTÃO PRONTOS PARA ENTRAR EM OPERAÇÃO. Portanto, colocá-los em funcionamento significa por em risco os pacientes que, porventura, forem tratados em UTIs que possuam esses ventiladores.

    A Magnamed informa também que já tomou as devidas providências, como registro de Boletim de Ocorrência, e o consequente alerta junto ao Ministério Público. E espera que as autoridades constituídas adotarão as medidas necessárias.
    Nós, da Magnamed, nesse momento tão difícil no País, continuaremos produzindo ventiladores usados em UTI, mantendo o nível de excelência. E temos trabalhado com a capacidade máxima para atender nossos clientes e, por consequência, ajudar no combate aos efeitos da Covid-19 no Brasil.
    Nossa missão sempre foi e continuará sendo ajudar a preservar vidas”.

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