Em 2009, a atriz Veridiana Toledo, hoje com 36 anos, resolveu engravidar. A possibilidade de realizar o sonho veio seguida de uma preocupação. Como conseguiria trabalhar quando não pudesse mais disfarçar a barriga?
Para solucionar a questão, ela sentou diante do computador e escreveu o monólogo cômico “Meu Trabalho É um Parto”, que marca a sua estreia como dramaturga. O resultado revela-se divertido e, por vezes, tocante, principalmente por ser feito com muita verdade e leveza pela intérprete.
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Sem forçar a barra para mostrar-se uma virtuose, Veridiana convence o espectador nas doze personagens. Em comum, todas passam por situações embaraçosas, delicadas e engraçadas à espera do bebê. A montagem começa morna, retratando uma atriz num teste para a peça “Romeu e Julieta” como se a gestação de seis meses não fosse um empecilho.
Ganha contornos mais populares (e risíveis) ao enfocar uma executiva que enfrenta problemas incontroláveis durante as reuniões e entra no eixo ao equilibrar humor e sutilezas na sequência. Uma dessas mulheres adia ao máximo a hora de saborear um bolo de chocolate e outra tem o estranho desejo de comer a cera de uma lamparina. Surgem também a vizinha metida e pessimista e até um futuro pai resmungão.
Dirigida por Marcelo Galdino (seu marido) e Helô Cintra, Veridiana atinge o ápice na história final, ao encenar um inusitado parto. Nessa parte, ela firma um pacto velado com a plateia. A maioria ali não sabe que a atriz ainda não realizou o desejo de ser mãe e precisou superar uma gestação interrompida na fase de ensaios. Mas muitos saem do teatro emocionados com a mensagem transmitida.
Avaliação ✪✪✪