O TCESP (Tribunal de Contasdo Estado de São Paulo) deu o prazo de dez dias para que o Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP) dê explicações a respeito do cancelamento do concurso público para a contratação de técnicos de enfermagem. O órgão de fiscalização ainda quer esclarecimentos a respeito do suposto favorecimento de candidatos que teriam grau de parentesco com servidores do órgão.
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A anulação de todas as fases foi publicada nesta quinta-feira (27) no Diário Oficial do Estado. Segundo o documento, a Comissão de Apuração Preliminar Interna constatou potenciais conflitos de interesses e falha na segurança durante a conferência do gabarito da prova. As inscrições foram feitas entre os dias 13 de maio e 27 de maio, e tinham com o objetivo preencher 22 vagas do grupo técnico 1, categoria na qual se enquadramos técnicos de enfermagem. Pelo trabalho de 36 horas semanais, em regime de CLT, o salário oferecido era de 4 923,45 reais ao mês.
A prova presencial para cerca de 7 000 inscritos foi aplicada no dia 12 de junho, e o resultado final, com a classificação dos colocados, no dia 25 de junho. Depois dessa data muitos posts em redes sociais estranharam o fato de duas candidatas terem o mesmo sobrenome. Elas acertaram as 40 questões de múltipla escolha. Mais tarde, descobriram que elas eram sobrinhas de uma das servidoras do próprio Hospital Universitário que participaram da elaboração da prova.
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O ofício do TCESP pedindo esclarecimentos é assinado pelo presidente da Corte, o conselheiro Dimas Ramalho. O documento foi encaminhado ao superintendente do Hospital Universitário, José Pinhata Otoch, com cópia para o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior.
O conselheiro questiona, entre outros pontos, os fundamentos utilizados para anulação do concurso; quais foram as medidas adotadas após as denúncias de suposto favorecimento de candidatos e qual é o grau de parentesco da servidora do órgão.
O que diz o HU
Em nota, o Hospital Universitário da USP informou não ter sido possível identificar “qualquer evidência de vazamento das questões ou do gabarito da prova”. Ainda segundo a Superintendência do HU, houve falha na segurança do sigilo dos dados durante o processo de conferência do gabarito da prova, “gerando potencial risco de vazamento, embora não haja evidência que isto tenha ocorrido”, informa o texto. “Foi constatado conflito de interesses decorrente da participação no processo de conferência do gabarito de um funcionário aparentado com dois candidatos do concurso”, informou ainda a entidade.
Segundo a USP, quem recomendou a anulação do concurso foi a Comissão de Apuração. A mesma comissão indicou ainda a criação de uma nova banca elaboradora da prova, sem a participação de integrantes do HU, que também devem “formalizar a ausência de potenciais conflitos de interesses e o entendimento quanto às medidas de segurança e sigilo de dados durante o processo”.
A Superintendência do disse ainda estar em tratativas com a Fuvest para aplicação de uma nova prova, em data ainda a ser divulgada.