Em 15 de outubro de 1982, cerca de 300 pessoas conferiram a apresentação de nove rapazes no Sesc Pompeia. Era a estreia do grupo Titãs do Iê-Iê, que dois anos depois reduziu o nome para não ser confundido com os artistas da jovem guarda. O conjunto celebra agora trinta anos de carreira e, durante o primeiro semestre, os remanescentes Sérgio Britto (teclados), Tony Bellotto (guitarra), Paulo Miklos (guitarra) e Branco Mello (baixo), mais o agregado Mário Fabre (bateria), vão rodar o país com a turnê do principal disco de sua trajetória: “Cabeça Dinossauro” (1986). Em sete noites, o espetáculo toma a Comedoria do Sesc Belenzinho.
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O álbum é uma resposta à angústia e à repressão vividas naquele período. Bellotto e o ex-vocalista Arnaldo Antunes, por exemplo, foram presos por porte de heroína no ano anterior. Daí vêm a sonoridade agressiva e as letras contestadoras de “Bichos Escrotos”, “Polícia” e “Igreja”, entre outras. “As pessoas cantavam o disco todo”, lembra Miklos. “Não dependíamos de uma música de trabalho, por isso é gratificante retomar esse repertório.” A performance será dividida em dois momentos. Na abertura, as faixas de “Cabeça Dinossauro” serão executadas na ordem e com os arranjos originais. Depois, ganham espaço canções de rock pesado que eles julgam ter alguma relação com a obra. Estão programadas “Será que É Isso que Eu Necessito?” e “A Verdadeira Mary Poppins”, ambas de “Titanomaquia” (1993).
No segundo semestre, os Titãs planejam subir ao palco ao lado de ex-integrantes. Só falta conciliar as agendas de Arnaldo Antunes, Nando Reis e Charles Gavin. Fique atento: no domingo (11), às 15h, o quarteto leva o show “Futuras Instalações”, com hits e inéditas, ao Sesc Itaquera.