Com uma autorização judicial que permite a ida para o regime semiaberto, Suzane Von Richthofen, de 30 anos, voltou a surpreender. Ela recusou-se a receber o benefício e deve cumprir o resto da sentença no presídio no interior do estado. Presa há quase doze anos, a maior parte deles na Penitenciária Feminina I de Tremembé, Suzane trabalha e tem bom relacionamento com o restante das presas.
Na tarde desta segunda-feira (18), ela fez uma solicitação formal à direção do presídio informando que queria permanecer ali por sentir-se segura na unidade. O pedido – uma carta escrita de próprio punho por Suzane – foi encaminhado à juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, da 1ª Vara de Execuções Criminais de Taubaté, que vai analisar o caso.
No regime semiaberto, o preso vai para um Centro de Ressocialização ou para uma colônia penal. Pode trabalhar em estabelecimentos conveniados com a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), dentro ou fora das dependências do presídio, mas deve estar de volta para dormir na cadeia. Com a recusa do semiaberto, Suzane perde também o direito às saídas temporárias – ela está ciente disso e aceitou permanecer em regime fechado nestas condições.
O benefício
A progressão de pena para o semiaberto foi concedida a Suzane na última quarta-feira (13). Em sua decisão, a juíza explicou que a Lei de Execução Penal exige dois requisitos – objetivo (temporal) e subjetivo (mérito do condenado) – para a mudança de regime. No caso de Suzane, ela “encontra-se presa há 12 anos, não apresenta anotação de infração disciplinar ou qualquer outro fator desabonador em seu histórico prisional”.
Entenda o caso
Suzane foi condenada a 38 anos e seis meses de prisão pelo assassinato dos pais Manfred e Marísia von Richthofen, em 2002, e já cumpriu quase 12 anos da pena. Deste então, ela tem sido considerada uma das presas mais influentes e com melhor comportamento na Penitenciária Feminina I de Tremembé. Na confecção que funciona nas dependências do presídio, Suzane é reponsável pelo controle de qualidade das peças. É “chefe” de Anna Carolina Jatobá, condenada pelo assassinato da enteada Isabella Nardoni em 2008.
Os irmãos Cristian e Daniel Cravinhos, comparsas de Suzane no crime, cumprem pena em regime semiaberto desde fevereiro de 2013. Eles trabalham em uma oficina nas dependências da penitenciária.