Em sessão realizada nesta quarta-feira (28), os conselheiros do TCM (Tribunal de Contas do Município) liberaram a licitação para a realização de obras do corredor de ônibus BRT Radial Leste. Orçada em cerca de 500 milhões de reais, o corredor é uma das principais metas em mobilidade urbana da Prefeitura de São Paulo.
+Em doze anos, cidade de São Paulo ganha 197 mil habitantes
Originalmente a licitação foi lançada no final de dezembro de 2022. Em 21 de janeiro de 2023, o TCM determinou a suspensão da concorrência por suspeita de sobrepreço de 66,7 milhões, sendo a maior parte, 54,2 milhões, relativos a estruturas metálicas. Agora, para dar continuidade ao edital, a prefeitura terá que republicá-lo com as indicações feitas pelo TCM. Elas incluem detalhes do projeto, tais como a manutenção das estações exclusivas de embarque e desembarque, além de cobrança antecipada de passagens e a utilização de câmeras de monitoramento para fiscalização das obras em tempo real. As obras só poderão ser realizadas com as devidas licenças ambientais e do projeto básico, segundo o Tribunal.
Como será o corredor
O BRT Radial Leste começará no Terminal Parque Dom Pedro. Os veículos acessarão o viaduto Nakashima e seguirão pela Avenida Alcântara Machado em nível. O trajeto inclui ainda a Rua Melo Freire até o entroncamento da Rua General Souza Neto com a Avenida Conde de Frontim, 200m depois da Avenida Aricanduva. O ponto final será Rua Professor Miguel Russiano.
O corredor será localizado à esquerda, diferentemente do que ocorre hoje, já que a circulação se dá pelas bordas, à direita. Estão previstas travessias para facilitar o acesso às paradas. A cobrança será feita do lado de fora o veículo, e os locais de embarque deixarão os passageiros no mesmo nível da entrada dos ônibus. Está prevista ainda uma ciclovia em todo o trajeto. Atualmente a ciclovia existente faz a ligação do trajeto entre as estações Tatuapé e Itaquera.
Projeto que ficou famoso após ser implantado em Curitiba, no início da década de 1970, o BRT (Bus Rapid Transit) se diferencia dos corredores de ônibus comuns por alguns aspectos. No projeto a ser implantando na Radial Leste, as estações serem fechadas, os pontos são mais distantes uns dos outros (600 metros contra 400 dos corredores), veículos de maior capacidade e que rodam numa velocidade média até 40% maior.