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Delegado apreende bicicleta de quem não anda com nota fiscal

“Dentição podre", "cara de presidiário" e "dedos amarelados" de "quem fuma muita maconha" são alguns dos critérios usados pelo 3º DP, de Campos Elíseos, para escolher os ciclistas abordados

Por Luisa Coelho
Atualizado em 5 dez 2016, 15h10 - Publicado em 10 mar 2014, 17h13
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  • O  3º Distrito Policial, em Campos Elíseos, adota há 45 dias uma nova tática para combater roubo e furto de bicicletas e celulares na capital: passou a apreender as bikes de ciclistas que não portarem a nota fiscal do veículo. Desde então, cerca de vinte já foram recolhidas nas ruas da região.

    O delegado-titular Arariboia Fusita Tavares afirma que sua equipe usa os “anos de experiência” como critério para definir quais “suspeitos” serão abordados. “Não existe matemática nesse caso. Com 28 anos de carreira, eu sei reconhecer quem deve ser parado ou não. E meus policiais também”, diz. Ele enumera algumas pistas: “estar malvestido”, “com dentição podre”, “cara de presidiário”, “tatuagem de cadeia”, “dedos amarelados de quem fuma muita maconha ou crack”, “o vocabulário” e o fato de “o cara ser desocupado”. “Ninguém malvestido vai andar com um Rolex”, associa. 

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    Uma vez apreendida a bicicleta, uma investigação é aberta e o suspeito precisa comprovar sua inocência, seja com a apresentação da nota fiscal, fotos ou possíveis indicativos de uma compra legal do veículo ou de suas peças. O crime de receptação também é levado em consideração na análise de cada caso.

    Quem teve a bike roubada ou furtada pode comparecer à delegacia. Lá, é preciso apresentar o boletim de ocorrência registrado na ocasião para retirar o pertence. Não é preciso mostrar a nota fiscal, mas dar indícios de que é o dono – apresentando fotos ou citando riscos característicos, por exemplo.

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    A maior parte dos modelos apanhados pela polícia é simples, mas há marcas visadas, como Scott, Giant e Specialized.

    Para auxiliar a localizar os verdadeiros donos, a polícia utiliza também o site Bicicletas Roubadas, no qual vítimas podem se cadastrar. Há dois investigadores recrutados para cuidar exclusivamente deste tipo de caso.

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    Fusita afirma que a ação tem ajudado a diminuir o número de roubos de celulares feitos por assaltantes sobre duas rodas.

    Colaborou Juliene Moretti

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