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Roger Abdelmassih chega a São Paulo e é levado para Tremembé

Foragido desde 2011, o médico foi preso no Paraguai na terça-feira (19); condenado a 278 anos de prisão, ele aparecia no topo da lista dos criminosos mais procurados de São Paulo

Por Redação Veja São Paulo
Atualizado em 5 dez 2016, 14h10 - Publicado em 20 ago 2014, 13h07
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  • Capturado na terça-feira (19) em Assunção, no Paraguai, Roger Abdelmassih chegou na tarde desta quarta-feira (20) a São Paulo. Ele desembarcou por volta das 15h30 no aeroporto de Congonhas, onde passou por exames de corpo de delito. Após prestar depoimento à Polícia Civil, Abdelmassih seguiu para a Penitenciária II de Tremembé, no interior de São Paulo. 

    Condenado a 278 anos de prisão em 2010 por 52 estupros e quatro tentativas de abuso contra pacientes,  Abdelmassih foi detido na tarde de terça-feira (19) pela Secretaria Nacional Antidrogas paraguaia em parceria com a Polícia Federal brasileira. A prisão ocorreu na Rua Guido Spano, no bairro nobre Villa Morra. Ao lado da esposa, o médico buscava seus dois filhos na escola.

    Em São Paulo, Abdelmassih foi vaiado e chamado de “maníaco” pelas vítimas. Houve um princípio de tumulto quando algumas mulheres tentaram invadir a área isolada pela Polícia Federal. “Vim dar boas-vindas ao inferno para ele”, afirmou Vanuzia Leite Lopes, uma das fundadoras da Associação das Vítimas de Roger Abdelmassih.

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    Para facilitar na identificação do médico no Paraguai, o Instituto Nacional de Identificação da Polícia Federal usou um software para fazer algumas projeções de disfarces (confira as imagens na galeria). No Paraguai, Abdelmassih foi encontrado sem o seu tradicional bigode e com um boné.

    Investigação

    Foragido desde 2011, Abdelmassih aparecia no topo da lista dos criminosos mais procurados do Estado de São Paulo e estava entre os 160 brasileiros buscados pela Interpol. A recompensa prometida para quem divulgasse alguma informação sobre o seu paradeiro era de 10 000 reais. A Secretaria da Segurança Pública informou que o valor não será pago a nenhum informante, uma vez que a localização aconteceu por meio das investigações da Polícia Federal e da Polícia Civil.

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    A pista para encontrar Abdelmassih em Assunção partiu após apuração sobre novos crimes cometidos pelo médico, como lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e falsidade material. Após cruzamento de informações, chegou-se a um haras em Avaré, interior de São Paulo, onde há indícios de que ele tenha estado em maio.

    A associação das vítimas do médico informou que repassou uma série de denúncias para a polícia de que ele tinha sido visto em Jaboticabal, onde vive a família de sua esposa, e Avaré, no interior paulista.

    Em nota, os advogados de Roger Abdelmassih, Márcio Thomaz Bastos e José Luis Oliveira Lima, disseram que não vão se manifestar sobre a prisão do médico. “A Defesa de Roger Abdelmassih aguarda o julgamento da apelação interposta perante o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo contra a decisão que o condenou, portanto a sentença não transitou em julgado, bem como do habeas corpus em trâmite perante o Supremo Tribunal Federal. No tocante a sua prisão, a defesa não irá se manifestar.”

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    Caso

    No início de 2009, veio à tona a notícia de que Roger Abdelmassih estaria sendo investigado por crime sexual contra suas pacientes. Após julgamento, em 2010, ele foi condenado a 278 anos de prisão por 52 estupros e quatro atentados ao pudor contra pacientes.

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    Abdelmassih foi detido em agosto de 2009 e solto em dezembro, após quatro meses na cadeia, quando o então presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, acatou o pedido de habeas corpus feito por seus advogados. Em 2011, após um novo pedido de prisão, o médico foi declarado foragido pela Justiça.

    Documentos obtidos por  VEJA e divulgados no dia 16 de julho mostraram que o médico não tinha problemas para se manter na clandestinidade. Por meio de uma engenharia financeira montada pouco antes da condenação, ele recebia remessas regulares – e polpudas – de dinheiro na conta de sua mulher, a ex-procuradora da República Larissa Maria Sacco, que o acompanhou na fuga e com quem está casado desde 2010.

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