Inaugurado às pressas na última sexta-feira (4) pelo governador Geraldo Alckmin, o trecho Leste do Rodoanel ainda não oferece atendimento seguro ao usuário. A reportagem testou o percurso de 37,7 quilômetros na segunda-feira (7) e constatou falta de sinal de celular, olhos de gato na pista e de radares de velocidade, além te ter encontrado todos os telefones e “botões” de emergência dentro do túnel desativados.
No túnel, onde se concentra a maior parte dos equipamentos de segurança, o acesso do usuário é impossibilitado por grandes “grelhas” de concreto que estão fora do lugar. Segundo a concessionária SPMar, responsável pelos trechos Leste e Sul, o local ainda não está acessível aos pedestres “devido a um trabalho dos engenheiros que estão instalando fibras ópticas”.
Durante o teste, nenhum veículo da Polícia Rodoviária Estadual foi avistado. O repórter foi abordado apenas por um segurança motorizado da empresa GFB, que pediu para não ser identificado. Ele afirmou que há outros dois vigias que fazem a segurança patrimonial dos equipamentos. A SPMar afirma que oitos carros de apoio (incluindo guinchos) e duas ambulâncias já estão a serviço dos motoristas, e que 21 viaturas da Polícia Rodoviária estarão exclusivamente a serviço do trecho.
A situação é pior para o usuário que “sobe” a pista saindo do ABC em direção à Rodovia Ayrton Senna. Nesse lado não foram instalados os “call boxes” (telefones de emergência). A Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo) afirma que até o final do mês, todos os telefones estarão em operação, em ambos os lados. “Até que a totalidade desses equipamentos esteja em operação, não será autorizada a cobrança de pedágio e a concessionária irá trabalhar com o dobro dos veículos de inspeção de tráfego para identificar eventuais ocorrências”, afirmou a Artesp. Já em relação ao sinal de telefonia móvel, a agência afirmou que a deficiência é culpa das operadoras, que são responsáveis por instalar as antenas e torres de tranmissão pelo percurso.
Até o dia 30 deste mês, a SPMar irá complentar a instalação dos oito equipamentos de fiscalização eletrônica de velocidade – um a cada sete quilômetros. O registro
Construído ao custo de 3,6 bilhões de reais, apenas com recursos da iniciativa privada, o trecho Leste promete encurtar o tempo de viagem dos motoristas que saem da Rodovia Presidente Dutra e que vão até a região de Ribeirão Pires, na Zona Sul, em até 40%. O tempo de viagem da reportagem pela via foi de 24 minutos – circulando pela Jacu-Pêssego, até então o único caminho para fazer o mesmo trajeto, o carro da reportagem demorou 30 minutos.
Previsto para ter sido entregue inicialmente no dia 10 de março, as obras atrasaram seguidas vezes, o que levou a Artesp a aplicar uma multa de 471 000 reais por dia a mais de trabalho. A obtenção de licenças ambientais e o desenvolvimento de projetos específicos de áreas alagadas foram os principais motivos pelos atrasos do cronograma previsto em contrato.