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Quadrilha de PMs é presa por roubo, tráfico e mais três crimes em SP

Acusados são investigados por roubo de carros, extorsão, proteção a traficantes, tráfico e até 'saidinha de banco'

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 27 dez 2016, 15h37 - Publicado em 14 set 2016, 09h57
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  • A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo prendeu na terça-feira (13) nove PMs acusados de formar uma quadrilha que, ao lado de outros bandidos, praticava cinco tipos de crimes na região de São Mateus, Zona Leste da capital. Os delitos investigados são roubo de carros, extorsão, proteção a traficantes, tráfico e até “saidinha de banco”. Os suspeitos cumprem prisão administrativa. Os corregedores pedirão a prisão preventiva nos próximos dias. Um policial civil e cinco informantes também foram presos. 

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    As investigações começaram em março, depois que os soldados Ricardo dos Santos Queiroz e Rodrigo Gibilisco do Nascimento, do 38º Batalhão, em horário de serviço e fardados, roubaram um Citroën C4 de um homem que iria trocar o veículo por um Honda Civic de um comerciante. Segundo a Corregedoria, os PMs agiram com a ajuda do dono do Honda. Eles abordaram a vítima e disseram que o Citroën estava irregular e iriam levá-lo para a delegacia.

    A vítima seguiu com os policiais. No meio do caminho, foi obrigada a descer e ficou a pé. O carro, que teria problemas de documentação, nunca mais foi visto. A vítima denunciou o caso à Corregedoria. Na sequência, a Justiça Militar autorizou a quebra do sigilo e o monitoramento telefônico dos dois policiais. Foi aí que uma série de crimes foi descoberta e a investigação constatou que eles faziam parte de uma “organização criminosa”. 

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    Crimes em série

    Em 26 de junho, o soldado Queiroz foi flagrado conversando com um criminoso identificado como “Nariz”, que seria um informante dos PMs. No diálogo, eles combinam como vão abordar um outro homem, que tem passagens pela polícia, para extorquir dinheiro. O soldado explica como fará a abordagem. “Mano, tem que chegar escrachado. Você tá preso… tem vários BOs (boletim de ocorrência) contra você.” 

    Três dias depois, o policial foi flagrado pela Corregedoria da PM negociando proteção a um traficante. Na conversa, o criminoso conta que conseguiu 1 000 reais, mas que está “no corre com outros parceiros, pra ver se os cara me arruma um dinheiro ali também (sic)”.

    No dia 30, os PMs conversam com um policial civil do 69º DP (Teotônio Vilela), identificado como Edson. Segundo as investigações, acertam como seria feito um achaque contra um bandido indicado por “Nariz”.

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    O próprio “Nariz”, identificado como Marcelo Cardoso Barbosa, foi vítima de extorsão por policiais militares do 9.º Batalhão. O caso aconteceu na madrugada de 7 de agosto.

    Segundo as investigações, seis policiais da Força Tática, divididos em duas viaturas, o abordaram e apreenderam uma certa quantidade de drogas. Para não prendê-lo, os PMs receberam duas armas e exigiram mais 10 000 reais e uma pistola .40. Nas escutas telefônicas autorizadas pela Justiça Militar, “Nariz” conversa com uma cúmplice para arrecadar o dinheiro e também com os próprios policiais, que prometem deixá-lo “tranquilo”.

    Operação

    A Corregedoria da Polícia Militar, juntamente com os promotores do Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial (Gecep), fizeram uma operação para prender os suspeitos na manhã de terça-feira. A Justiça Militar expediu dezoito mandados de busca e apreensão, incluindo o de vasculhar a casa dos policiais e a residência de um ex-PM. A Justiça comum expediu mandados de prisão temporária de cinco dias (prorrogáveis por mais cinco) contra o policial civil e mais cinco suspeitos de serem informantes. 

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    Um PM não foi localizado na operação. O policial civil foi levado para o Presídio Especial da corporação. Os policiais militares cumprem prisão administrativa na Corregedoria.

    Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que a operação foi resultado de um inquérito policial-militar que apura “apropriação de veículos não pagos”. A pasta informou também que as diligências continuam e outras informações não podem ser passadas para não atrapalhar os trabalhos. Os advogados dos suspeitos não foram localizados pela reportagem.  

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