O Hospital Israelita Albert Einstein recebe cerca de 200 000 pacientes por dia, montante maior que o da população de São Caetano do Sul (157 000). São mais de 11 500 funcionários, 7 400 médicos cadastrados e, só nos últimos treze anos, 3 000 transplantes realizados. A principal de suas oito unidades de saúde, no Morumbi, ocupa 221 000 metros quadrados de área construída e possui 1 500 vagas de estacionamento. Pois o gigante que rivaliza com o Sírio-Libanês, da Bela Vista, no título de o mais importante hospital privado do país, está prestes a dar um novo grande passo: começa a operar no ano que vem a própria faculdade de medicina.
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Com investimento estimado em até 50 milhões de reais, o curso, com seis anos de duração, oferecerá cinquenta vagas por semestre. Na primeira fase do vestibular, em novembro, haverá uma prova com redação preparada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). O candidato pode usar o desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para melhorar a nota final.
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Os 250 mais bem colocados fazem em janeiro uma segunda fase muito longe do modelo tradicional, com uma série de dinâmicas de grupo e entrevistas, a fim de aferir qualidades como raciocínio lógico e liderança. “Queremos selecionar pessoas éticas, que saibam trabalhar em equipe e tenham o perfil humanista de um médico”, afirma Claudio Lottenberg, presidente do complexo. “Ter nossa própria faculdade traduz o amadurecimento da instituição.”
Segundo a diretoria do hospital, o projeto não tem o objetivo de criar dividendos — ou seja, a mensalidade foi calculada para cobrir as despesas. O matriculado pagará doze parcelas de 5 900 reais anualmente, um total de 424 800 reais até receber o diploma. Nada discrepante da média do mercado: o valor é de 5 094 reais na Fundação Santa Casa, 6 100 reais na Uninove e 6 200 reais na Anhembi Morumbi.
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No Einstein, um quinto do que seria arrecadado se reverterá em bolsas, a depender da necessidade dos aprovados. Elas podem chegar a 100% no caso de alunos necessitados. Pedro Vital, coordenador do curso de medicina na Faculdade Santa Marcelina (mensalidade de 6 133 reais), avalia que a entrada do gigante da saúde do Morumbi no ramo não deve abalar a concorrência. “A procura é muito grande, de sessenta candidatos por vaga em algumas particulares”, diz.
O Einstein aposta em um currículo diferente do convencional. Seguindo modelo pedagógico adotado pelas universidades americanas, ele traz maior interação entre aulas teóricas e práticas. Em linhas gerais, o estudante poderá aprender, no mesmo semestre, a anatomia de um órgão, suas principais doenças e o que fazer na prática diária. “Queremos aproximar o aluno do paciente desde o início, para que entenda o que é a prática médica”, explica Felipe Spinelli de Carvalho, diretor superintendente de ensino. É uma linha de vanguarda no Brasil, que passou a ser adotada neste ano pela USP.
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As aulas seguirão uma metodologia de aprendizado em grupo. Os universitários vão receber material para estudar previamente e terão de resolver os problemas em pequenas equipes. “Se o aluno não se preparar, seu rendimento e o de sua turma cairão”, pondera Claudio Schvartsman, vice-presidente do Einstein. Por isso, todos serão avaliados não só por provas e professores, mas também pelos colegas, que influenciarão a nota final.
As lições da faculdade de medicina serão ministradas em um edifício localizado no Butantã, na Zona Oeste, sede da graduação em enfermagem e dos programas de pós-graduação da instituição. Em 2019, todos se mudarão para um prédio próximo à unidade central, com 50 000 metros quadrados. A priorização da educação também é algo crescente no concorrente Sírio-Libanês. Além dos cursos de pós-graduação que o hospital oferece, seus especialistas têm trabalhado em parceria com instituições de ensino para ajudar na elaboração de currículos de graduação em medicina.
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Lição de casa
Os números da nova empreitada do gigante da saúde50 vagas por semestre
50 milhões de reais de investimento
5 900 reais será o valor da mensalidade