Um dos fundadores da Galeria Camargo Vilaça, hoje Fortes Vilaça, o colecionador e galerista pernambucano Marcantonio Vilaça (1962-2000) é considerado uma espécie de embaixador da arte brasileira contemporânea. Foi ele o responsável pela projeção internacional de vários artistas. Beatriz Milhazes, Nuno Ramos e Adriana Varejão são exemplos de nomes que tiveram a carreira impulsionada por sua aposta. Morto aos 37 anos, o marchand dá nome a uma premiação dedicada a jovens talentos. Em cartaz no MAC-Ibirapuera, a terceira edição do Prêmio CNI-Sesi Marcantonio Vilaça reúne trinta obras de cinco revelações, selecionadas entre 353 inscritos.
O paraense Armando Queiroz explora questões sociais e indígenas em vídeos e instalações; a carioca Rosana Ricalde faz colagens de textos em um atlas; o paulistano radicado em Fortaleza Yuri Firmeza recorre a registros de performance. No entanto, são o paulista de Ourinhos Henrique Oliveira e o carioca Eduardo Berliner os destaques da coletiva. Oliveira acumula cores e camadas em acrílicas abstratas, além de exibir enormes peças esculpidas em madeira. Valorizado no mercado, Berliner, que teve quatro telas compradas pelo incensado marchand britânico Charles Saatchi, aplica aspectos fantásticos e surreais em óleos figurativos. Tratados com certa naturalidade, os elementos de terror e brutalidade surgem para desequilibrar o cotidiano dos personagens, como em ‘Abraço’.
AVALIAÇÃO ✪✪✪