A prefeitura de São Paulo inaugurou nesta segunda-feira (22) a pista de skate no Vale do Anhangabaú. A estrutura faz parte da reforma da região, que já teve a entrega adiada seis vezes.
“A área reservada à prática do skate faz parte do projeto de requalificação da região e foi idealizada em conjunto por SPUrbanismo, SPObras e pelos próprios skatistas que já praticavam o esporte nos bancos antes da revitalização”, afirma a gestão municipal. Segundo ela, a liberação da pista “está em consonância com o Plano São Paulo”.
Ao todo, a pista de concreto tem 981,3 metros quadrados de área em formato de arquibancada e foi coberta com granito rosa, material que anteriormente revestia os bancos da região.
Além da inauguração desta área, também haverá uma Central de Informação Turística (CIT) para os visitantes, aberta todos os dias da semana, das 9h às 18h. A segurança será feita pela Guarda Civil Metropolitana. Na última sexta (19), reportagem da Vejinha mostrou que as novas lixeiras instaladas nos arredores do Anhangabaú já estão depredadas.
De acordo com a publicação no Diário Oficial do município de São Paulo no dia 30 de janeiro, o contrato de execução da reforma do Vale do Anhangabaú, com conclusão marcada para o fim de janeiro, foi prorrogado por mais dois meses, com a nova data de conclusão marcada para o primeiro dia de abril.
A prefeitura afirma que a obra de requalificação na região terminou, mas que a prorrogação do contrato “foi necessária para dar continuidade à operação assistida pelo consórcio responsável pelos serviços para certificar que, na entrega definitiva, todos os novos equipamentos, entre eles as fontes de água, funcionem perfeitamente”. Não há data para entrega para a população.
Diálogo com skatistas
A reestruturação do Vale do Anhangabaú, que começou em junho de 2020, assustou os skatistas, que se juntaram para fazer frente à prefeitura e reivindicar o espaço na época.
O grupo, que tinha entre seus integrantes Marcelo Formiga, skatista referência do endereço, armou o manifesto, munido de abaixo-assinado e pronto para fazer barulho. O pedido era para que não se descaracterizasse o Vale. Alguns deles concederam entrevista à Vejinha comentando a situação.
“As pedras de granito são desafiadoras e criam o que a gente chama de ‘caminho de rato’, o que requer habilidade do skatista”, explica Klaus Bohms, também do coletivo.
“O projeto da prefeitura até tinha uma pista, mas com rampas. E quem vai para o centro quer andar pela arquitetura da cidade, explorando as escadarias, corrimãos e os bancos para as manobras”, afirma Murilo Romão, skatista que deu o pontapé inicial para o diálogo com a prefeitura.
A turma não conseguiu impedir a reforma como gostaria, mas as pedras ficaram, ainda que em outro formato. O arquiteto e skatista Rafael Murolo, que trabalhava no projeto dentro da administração, se juntou aos skatistas para resenhar a arquibancada a fim de manter as especificidades para a prática da modalidade.
“Consideramos uma redução de danos e uma conquista inédita para o skate”, diz Fernando Granja, que frequenta o local há vinte anos.
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