Nas imediações do Brooklin, na Zona Sul da cidade, usuários de droga não precisam nem descer do carro para comprar o que desejam. Pela janela, fazem o pedido, pagam e recebem a mercadoria, como se estivessem no “drive-thru” de uma lanchonete, conforme mostrou na semana passada reportagem do “Diário de S. Paulo”.
Os clientes, a maioria de classe alta, são atraídos pelo serviço que os protege de um contato direto com os traficantes. Policiais do Denarc dizem ter perdido a conta de quantos flagrantes fizeram naquele ponto de venda. “É sempre assim: chegamos, efetuamos prisões e, meses depois, ficamos sabendo que o negócio foi retomado por outros criminosos”, afirma o delegado Wagner Giudice, diretor do departamento.
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O constante ressurgimento de bocas desativadas pela polícia se repete em vários locais da cidade. Na Zona Norte, um terreno cercado por um muro enorme, apelidado de fortaleza do tráfico, volta à ativa de tempos em tempos. Os criminosos tiveram a ousadia de fazer um buraco no meio do paredão para servir de guichê de venda de drogas. Pela abertura, os usuários recebem os papelotes e passam o dinheiro aos traficantes. A última aparição do Denarc no local foi há dois meses. “Já deve ter gente lá de novo”, diz Giudice.