Mais de 5 000 pessoas participaram do primeiro protesto do ano contra o aumento das passagens de ônibus, metrô e trem em São Paulo nesta sexta (9). Por volta das 19h30, a polícia entrou em confronto com os manifestantes na Rua da Consolação, na altura da Rua Maceió. Foram jogadas bombas de efeito moral e disparados tiros de bala da borracha contra black blocs, que seguiam à frente do protesto – o Movimento Passe Livre (MPL), organizador do ato, estava muito atrás e não participou da confusão. O ato terminou às 21h e as vias bloqueadas já foram liberadas.
O MPL já convocou as pessoas para um novo protesto na próxima sexta (16).
Cinquenta e uma pessoas foram detidas, segundo a PM. Mascarados quebraram uma agência bancária na Consolação, uma concessionária na Rua Augusta e tentaram atear fogo a um ônibus na Rua Bahia – algo que não chegou a acontecer. Algumas pessoas que participavam do ato pediram abrigo no restaurante Sujinho, que fica bem na frente onde ocorreu o confronto.
Depois da confusão, o protesto se dispersou. No fim do ato, a maior concentração de pessoas era na frente do Cine Belas Artes, na Rua da Consolação. Parte dos manifestantes seguiu para a Avenida Angélica e ateou fogo em sacos de lixo para fazer barricadas. Alguns foram para a Rua Augusta.
O trânsito no centro continuou ruim até 21h30, com bloqueio na Consolação sentido Rebouças. A Avenida Paulista também ficou engarradafa sentido Consolação, reflexo da quantidade de pessoas na Praça do Ciclista.
As estações Consolação e Trianon-Masp do Metrô foram fechadas, assim como o Shopping Center 3. Os locais reabriram por volta das das 21h.
Começo do protesto
A manifestação saiu da Praça Ramos de Azevedo, passou pela Praça da República e Avenida Ipiranga até a Rua da Consolação. De acordo com o que foi deliberado na concentração do ato, deveria seguir até a Praça do Ciclista, na Avenida Paulista.
Os policiais chegaram a tentar a tática do “kettling”, usada nas manifestações contra a Copa em 2014, mas não conseguiram. O método consiste em criar um cordão de isolamento para cercar os manifestantes, encurralando-os. Por causa da quantidade de gente, a estratégia não deu certo.
Além dos manifestantes, marcaram presença no local 38 dos 42 metroviários demitidos durante a greve da categoria, em junho do ano passado. O presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino Melo Prazeres Júnior, também está lá. “Apoiamos a tarifa zero porque nós funcionários não somos beneficiados com o aumento”, diz o sindicalista.
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MPL
O Movimento Passe Livre (MPL), que convocou o ato, é o mesmo que iniciou os protestos de junho de 2013. Na época, o aumento de 3 para 3,20 reais foi revogado pelo prefeito Fernando Haddad (PT) e pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). No Facebook, o evento tem 49 mil pessoas confirmadas.
Desde o último dia 6 de janeiro, o bilhete de ônibus, metrô ou trem custa 3,50 reais. A prefeitura e o governo do estado devem adotar tarifa zero para os estudantes da rede pública.