Até fevereiro de 2010, o paulistano Paulo Cezar Goulart Siqueira, 26 anos, era apenas um típico nerd. Estrábico, baixinho, bem magro e sempre com seus óculos de aros grossos, ele nem sequer foi à escola quando era mais novo por causa do bullying que sofria dos coleguinhas. Concluiu seus estudos em casa e passava grande parte do seu tempo jogando videogames, lendo quadrinhos e desenhando – habilidade que transformou em profissão aos 15 anos. Foi depois de uma noite de insônia com o primo, Diego Quinteiro, que surgiu o primeiro dos muitos episódios do “Mas Poxa Vida”, vlog que ele criou no YouTube e que hoje acumula mais de 100 milhões de visualizações.
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PC Siqueira, como é conhecido, tem a rotina de abordar três temas – polêmicos, em sua maioria – do cotidiano, sempre com um tom bastante irônico e ácido. Já leu a “Bíblia” com batatas fritas no nariz e provocou os engajados fãs de Justin Bieber e da saga “Crepúsculo”. É adorado e odiado na internet. Nas ruas, é parado nas ruas e evita sair muito por causa do assédio. A fama, porém, não deixou PC menos nerd.
Ele não abandonou antigos hábitos como o videogame. “É raro o dia em que eu não jogo”, afirma. A brincadeira, aliás, também virou trabalho e hoje ele apresenta o programa “MTV Games”, na MTV, onde também comanda o “PC na TV”. Seu atual vício é “Battlefield 3”, um jogo que se passa na Segunda Guerra Mundial, mas não vê a hora de comprar “Diablo 3”, sequência de um cultuado título que demorou doze anos para ser lançado.
PC é a prova concreta de que o nerd agora é cool. Apesar de não assumir ter um visual geek — prefere citar referências como Woody Allen —, ele se enquadra no perfil, usando camisas xadrez e calças justas, óculos de acetato com aros grossos e um penteado bagunçado.
Seus braços são praticamente cobertos por tatuagens, todas com referências nerds: desde Pac-Man e Space Invader até um código utilizado no jogo “Doom”. “São coisas que fizeram parte da minha história”, explica PC, com orgulho de ser nerd desde pequeno.
No Dia do Orgulho Nerd, ele não comemora, mas gosta da ideia da quebra de um tabu. “Pra mim a data é indiferente. Mas acho legal as pessoas se assumirem nerds e terem um dia específico para mostrarem isso.”