O paulistano Alexandre Orion não usa tinta nem spray para grafitar. Munido apenas de retalhos de panos úmidos, o artista limpa a fuligem impregnada nas paredes dos túneis da cidade para fazer sua obra — no caso da foto acima, centenas de caveiras desenhadas nas chapas metálicas do Túnel Max Feffer, no Itaim Bibi. “Foi uma crítica ao uso desnecessário e indiscriminado do carro”, diz Orion. No próximo dia 20, o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) vai inaugurar a exposição Ossário, com dez fotos e trinta placas metálicas cobertas por resíduos de carvão vegetal, sobre as quais Orion reproduzirá as suas intervenções. Para receber o “grafite ao contrário”, o porão do CCBB vai ganhar a trilha sonora de um túnel.