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Pais denunciam escola em Osasco por racismo contra filho de 7 anos

Família acusa equipe pedagógica de cometer negligências nos cuidados com a criança

Por Mattheus Goto
Atualizado em 22 nov 2023, 22h06 - Publicado em 21 nov 2023, 21h30
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  • Um menino de 7 anos foi vítima de racismo em uma escola particular de Osasco, na Grande São Paulo, segundo denúncia feita pelos pais. Aline e Fernando Gabriel relatam que seu filho, Pedro, foi excluído e negligenciado em atividades pedagógicas, sendo o único negro da turma.

    A acusação foi feita a Fundação Instituto Tecnológico de Osasco (Fito). O menino foi matriculado no início deste ano, tendo sua primeira experiência escolar.

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    Em relato nas redes sociais, o casal compartilhou mais detalhes: “Nós escolhemos a escola porque nosso filho mais velho também estuda lá, mas eles não têm nenhum tipo de preparo para crianças mais novas”, disse Fernando. “A autoestima do meu filho, hoje, não existe. Ele se sente preterido de tudo, ele se questiona em relação à cor dele, diz que não quer estudar em um colégio de branco porque nenhum branco gosta dele.”

    Pedro teria sofrido negligências desde o primeiro dia de aula, quando ele foi deixado sozinho na portaria principal, em vez de ir embora com as peruas, como combinado com os responsáveis. “A sorte foi que o irmão dele passou e o viu”, ele acrescentou. “O primeiro contato dele com a escola foi assim, ele ficou largado.” O colégio teria pedido desculpas e argumentado que houve uma confusão.

    “Após esse fato, a criança começou a reclamar de não brincar, e a mãe também sentiu que ele estava diferente”, afirma a advogada Cristiane Osundayó, em entrevista à Vejinha.

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    Os profissionais da escola alegavam que Pedro tinha problemas psicológicos e era apático, por isso não conseguia se encaixar. Então, os pais contrataram uma psicóloga especialista em inclusão para acompanhar a rotina do menino no local. Em 8 de novembro, ela emitiu um lado constatando que ele era, de fato, excluído — o que serviu como gota d’água para a denúncia.

    Aline contou que os colegas do menino faziam enquetes para decidir se ele deveria participar ou não das brincadeiras da turma. “É muito doloroso saber que meu filho não brincou por um ano”, ela disse.

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    Esse tratamento com o menino pela instituição teria respingado até em sua prima, que questionou uma professora por que Pedro estava sendo excluído e, como resposta, foi acusada de assédio moral.

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    O relato mobilizou o posicionamento de personalidades como a cantora e compositora Luedji Luna, que também é tia do menino. “O que aconteceu com Pedro aconteceu comigo no passado, provavelmente com os próprios pais, e acontece com outras crianças. O racismo nas escolas anula inteligências, aptidões e potencialidades comum a elas”, afirma a artista.

    A Fundação Instituto Tecnológico de Osasco publicou uma nota dizendo estar “consternada” com os fatos relatados. “Informamos a todos que já conversamos com a família e estamos apurando todo o ocorrido”, afirmou o texto. “A Fundação repudia veementemente qualquer ato de racismo ou conduta discriminatória em nossa escola”, acrescentou.

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    A advogada da acusação afirma que o colégio abriu uma sindicância e decidiu afastar a professora e a coordenadora pedagógica e que, por orientação da psicóloga contratada, Pedro vai terminar o ano letivo em casa, com material fornecido pela Fito.

    O caso foi registrado na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decadri) e encaminhado ao 1° DP de Osasco. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública informa que a investigação corre sob sigilo. “Diligências estão em andamento visando o esclarecimento dos fatos”, diz o texto.

    A Vejinha entrou em contato com a instituição e não obteve retorno. O espaço segue aberto.

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    Posicionamento da prefeitura

    Em nota, a prefeitura de Osasco se posicionou:

    “Assim que tomou conhecimento a respeito da denúncia sobre racismo contra um dos estudantes, a direção da Fito (Fundação Instituto Tecnológico de Osasco) afastou a professora e a coordenadora denunciadas, até que seja encerrada a sindicância interna, que apura as informações a partir dos vídeos gravados das salas de aula e áreas de convivência da unidade escolar.

    Os pais do menor também foram chamados para uma reunião com a direção. A direção pretende acolher aos pais e colocar psicólogos à disposição.

    A direção da unidade não compactua com comportamentos de exclusão. Ao contrário disso, atua pela integração de seus estudantes, professores e demais funcionários.”

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