Entre as lendas do continente sul-americano, poucas são tão fascinantes quanto a de Eldorado, a cidade inteiramente construída com ouro. Atrás desse tesouro de valor incalculável, conquistadores espanhóis devassaram no século XVI o território onde hoje está localizada a Colômbia. Não encontraram o mítico povoado, mas descobriram peças suntuosas feitas com o desejado metal. Parte delas, 251 de ouro e quarenta trabalhos em outros materiais, está na mostra Ouros de Eldorado: Arte Pré-Hispânica da Colômbia, em cartaz até domingo (22) na Pinacoteca. Mais de 70 000 pessoas já apreciaram os objetos arqueológicos, esculturas, recipientes, joias e adornos reunidos, todos pertencentes ao acervo do Museo del Oro del Banco de la República, de Bogotá.
Registros indicam que mais de uma centena de tribos pré-hispânicas — habitantes das regiões da América do Sul entre 500 a.C. e 1500 d.C. — realizou tais obras por meio de avançadas técnicas de ourivesaria e metalurgia. Chama atenção a forma como os índios não buscavam traçar representações realistas das figuras humanas e de animais (répteis, aves e insetos), muitas vezes resvalando em aspectos geométricos e quase abstratos. Além de causarem prazer estético, as peças exibidas nos ajudam a entender de que maneira viviam povos tão diferentes. Bem montada em onze módulos temáticos e seis salas, a exposição também celebra o bicentenário de independência da Colômbia.
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