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O que Hebe Camargo acha de São Paulo

Conheça os endereços favoritos da apresentadora de televisão

Por Alvaro Leme
Atualizado em 5 dez 2016, 19h26 - Publicado em 18 set 2009, 20h31
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  • Nascida em Taubaté, no interior do estado, Hebe Camargo mudou-se com a família para a capital na década de 30. Aqui, consolidou-se como cantora, ainda morena, e depois como apresentadora de televisão – seu penteado loiro, a gargalhada escandalosa e o bom humor ganharam lugar cativo nos lares paulistanos. Tanto que, quando fazem pesquisas para saber “quem é a cara de São Paulo”, ela costuma encabeçar qualquer lista.

    VEJA SÃO PAULO — Qual é a melhor coisa de viver em São Paulo?

    Hebe — Não consigo ver nada ruim. É como quando você se apaixona, sabe? A pessoa pode ser cheia de defeitos, mas a gente não enxerga. Quando chego de viagem e vejo aquela imensidão de prédios, fico até emocionada.

     

    VEJA SÃO PAULO — O que só São Paulo tem?

    Hebe — Acho uma coisa linda o Parque do Ibirapuera, com aquela gente tão feliz caminhando para lá e para cá. Pena que não posso freqüentar porque hoje, aonde artista vai, vira uma carreata.

     

    VEJA SÃO PAULO — Qual é seu lugar favorito na cidade?

    Hebe — As ruas Oscar Freire e Haddock Lobo, nos Jardins. Acompanhei a evolução daquele pedaço, a chegada das grifes… Quando caminho ali, eu me sinto em Nova York.

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    VEJA SÃO PAULO — Você tem um restaurante preferido?

    Hebe — Ah, vários! Não passo uma semana sem ir ao La Tambouille. E gosto demais do Bela Sintra, do Antiquarius, do Magari e da comida japonesa do Sushi Kin.

     

    VEJA SÃO PAULO — Se pudesse escolher qualquer presente para dar à cidade neste aniversário de 454 anos, qual seria?

    Hebe — Segurança. Temos lugares lindos que as pessoas evitam por medo da violência, como a Estação da Luz e o Parque Trianon. Colocaria policiais em tudo que é rua.

     

    VEJA SÃO PAULO — Como definiria seu estilo?

    Hebe — Perua. Peruíssima. Mas tenho noção, né? Se vou a uma cerimônia mais séria, tenho critério de me adequar.

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    VEJA SÃO PAULO — Existe Hebe sem brilho?

    Hebe — Impossível. Se não tenho nenhum, passo um creme que brilhe bastante.

     

    VEJA SÃO PAULO — Jóias são sua maior tentação?

    Hebe — Como toda mulher, também adoro bolsas e sapatos. Não sei explicar por que gosto tanto. Já falei quinhentas vezes que não vou comprar mais nenhuma bolsa. Mas aí vejo uma que me encanta e, pimba!, não resisto.

     

    VEJA SÃO PAULO — Qual foi sua última compra?

    Hebe — Aquele anel da Cartier que é uma cabeça de pantera, sabe? É todo de ouro, com uns olhinhos beeem marotos, feitos de esmeralda.

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    VEJA SÃO PAULO — Diamante é o melhor amigo da mulher?

    Hebe — Sou completamente louca por pedras. Todas as que tenho são minhas favoritas.

     

    VEJA SÃO PAULO — Que grifes são suas preferidas?

    Hebe — Não me apego a isso. Roupa boa é a que tem a ver comigo. Tem uns figurinistas que me mandam peças e um bilhete dizendo que aquele vestido é a minha cara. Eu olho e penso: “Nossa, então estou mal, hein?”.

     

    VEJA SÃO PAULO — Repete roupas?

    Hebe — Ah, comigo não tem esse negócio, não. Repito quantas vezes me der vontade.

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    VEJA SÃO PAULO — Suas pernas são sempre elogiadas. Tem cuidados especiais com elas?

    Hebe — Faço drenagem linfática há uns quatro anos, mas não sei se tem a ver. Talvez o salto alto tenha ajudado a enrijecê-las.

     

    VEJA SÃO PAULO — Faz ginástica?

    Hebe — Só com o copo. Com a mão direita.

     

    VEJA SÃO PAULO — Os homens preferem as loiras?

    Hebe — Isso você pergunta a eles. Eu prefiro os grisalhos.

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    VEJA SÃO PAULO — Alguma vez, em todos esses anos, cogitou a idéia de voltar a ser morena, como no início da sua carreira?

    Hebe — Nos anos 60, quando me casei com Décio Capuano e larguei a televisão, escureci o cabelo. Olhava no espelho e via que não tinha nada a ver comigo. Depois que voltei ao trabalho, jamais deixei de ser loira. Retoco a tintura a cada vinte dias.

     

    VEJA SÃO PAULO — Tem personal stylist?

    Hebe — Nunca. Eu é que sei do que gosto.

     

    VEJA SÃO PAULO — Uma marca registrada.

    Hebe — Minha alegria. Não existe melhor antídoto na vida. Se você olhar no espelho e fizer cara feia, vai reparar que envelhece uns vinte anos. Tenho pena de gente que não sabe rir.

     

    VEJA SÃO PAULO — O que significa ter 78 anos?

    Hebe — Algumas amigas me pedem para eu não falar minha idade porque isso entrega a delas. Isso, no entanto, não me tortura nem um pouco. Até eu me assusto com a minha vitalidade. Eu me sinto como se tivesse 40 e poucos anos. Tem gente que sai para jantar comigo, a gente manguaça e, no dia seguinte, eu acordo plena. Daí a pessoa vem me dizer que ficou três dias de ressaca. É difícil alguém conseguir me acompanhar.

     

    VEJA SÃO PAULO — Qual é seu maior prazer hoje?

    Hebe — Estar no palco. Aquelas carinhas rindo e chorando comigo… Não tem preço.

     

    VEJA SÃO PAULO — Aposentadoria, nem pensar?

    Hebe — Não seria capaz. Envelheceria sem ter o que fazer. Se bem que a gente não sabe do futuro, não é verdade? Só tenho mais onze meses de contrato no SBT e até agora ninguém veio me falar em renovação.

     

    VEJA SÃO PAULO — Não sai de casa sem…

    Hebe — Dinheiro vivo. Quando vejo esses carinhas que coletam latinhas, papelão, eu tenho pena e faço uma contribuição.

     

    VEJA SÃO PAULO — Um ídolo.

    Hebe — Roberto Carlos. Mas só eu que gosto. Ele nunca se manifesta.

     

    VEJA SÃO PAULO — Um sonho.

    Hebe — Deus já realizou todos. Mas, se me vier assim, alguém de cabelinho grisalho, não vou reclamar.

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