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Apenas 4 dos 157 km de ciclovias prometidos para 2022 foram entregues

Cicloativistas apontam estagnação na malha cicloviária da capital e dificuldade de atingir os objetivos de viagens de bicicleta nos próximos anos

Por Hyndara Freitas
Atualizado em 31 mar 2023, 17h36 - Publicado em 31 mar 2023, 06h00
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  • A promessa do prefeito Ricardo Nunes (MDB) era entregar 157 quilômetros de faixas dedicadas para ciclistas em 2022, mas a cidade fechou o ano com apenas 4 quilômetros entregues. Os números, obtidos via Lei de Acesso à Informação, comprovam que a ampliação da malha cicloviária praticamente estagnou nos últimos anos.

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    A cidade passou de 84,1 quilômetros de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas em 2012 para 699,2 quilômetros, tornando-se o município com a maior malha cicloviária do país. Entretanto, o ritmo de entregas vem diminuindo. Fernando Haddad (PT) fez do tema um símbolo de sua gestão, com 416 quilômetros entregues entre 2013 e 2016. Entre 2017 e 2020, quando João Doria e depois Bruno Covas eram prefeitos, por exemplo, foram 89,8 quilômetros.

    Em janeiro do ano passado, Nunes prometeu ainda que fecharia 2024, último ano de sua gestão, com 1 000 quilômetros de faixas para bikes, objetivo que parece cada vez mais distante dado o ritmo atual.

    Willian Cruz, do Vá de Bike, afirma que não é necessário ter ciclovia em todas as ruas, “mas há eixos e regiões que precisam de proteção ao ciclista urgente” e cita que o Plano de Ação Climática de São Paulo (PlanClima), de 2021, estabeleceu a meta de que 4% dos deslocamentos sejam feitos em bicicleta até 2030. “Nesse ritmo, não chegaremos lá, principalmente considerando que o maior incentivo para aumentar o uso da bicicleta é estrutura cicloviária que traga sensação de proteção”, aponta.

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    O arquiteto e urbanista Felipe Claros, associado da Ciclocidade e do coletivo Bike Zona Leste, também vê risco aos ciclistas com a estagnação. “Além de não promover a ampliação da infraestrutura cicloviária, não há política ampla de redução de velocidade. A Radial Leste, por exemplo, o trecho entre o Tatuapé e o Parque Dom Pedro é prioritário e não foi entregue, e também o trecho entre Itaquera e Guaianazes não saiu do papel”, diz.

    Em nota, a prefeitura ressaltou o tamanho da malha cicloviária já existente e disse que locais como o Viaduto Bresser, na Zona Leste, e a Ponte Cidade Universitária, na Zona Oeste, foram beneficiados com ciclovias entre 2021 e 2022. A gestão Nunes ainda afirmou que estão em fase de implantação as ciclovias na Rua Treze de Maio, no Centro, nas pontes Jaguaré e dos Remédios, nas avenidas Tiradentes e Santos Dumont, na Zona Norte, entre outras.

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    Publicado em VEJA São Paulo de 5 de abril de 2023, edição nº 2835

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