Um salão de 360 metros quadrados, com fachada envidraçada, pé-direito com 5 metros de altura, poltronas modernas e decoração com madeira clara. Em nada lembra um açougue. Pois o novo Feed, com inauguração prevista para terça (21), no Itaim, promete aliar esses atrativos à oferta de aulas de culinária ministradas numa cozinha montada ao redor de uma figueira — e mais de sessenta carnes nobres, claro.
Por trás do empreendimento está o fazendeiro Pedro Merola. “Investi 5 milhões de reais para montar a marca”, afirma. Merola era sócio da Bonsmara Beef, que desde 2008 fornecia cortes da raça bonsmara a restaurantes. Ele gastou parte do dinheiro para comprar as ações dos outros treze sócios e tornar-se o único proprietário. Assim, rebatizou e reformulou o negócio, agora voltado diretamente para o público final.
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“Como sou o produtor, posso garantir a qualidade e a procedência dos itens”, diz Merola. A criação obedece a critérios bem específicos. Preferido da maioria dos pecuaristas brasileiros, o gado nelore não tem vez por aqui. A escolha pelo rebanho exclusivo de bonsmara, desenvolvido na África do Sul a partir do cruzamento de raças, levou em conta a melhor produtividade no campo e os bons resultados à mesa. “Após um período de dois anos soltos no pasto, os bois passam por cerca de 120 dias de confinamento para engordar até a faixa dos 620 quilos e assim ganhar a proporção desejada de gordura, um tipo de cuidado pouco comum na pecuária nacional”, explica a zootecnista responsável, Mariana Guizzo.
A maturação em câmaras de temperatura controlada contribui para deixar a textura mais macia na hora do consumo. “Em testes sensoriais, o bonsmara provou ser mais suculento. É uma raça ainda a ser descoberta pelo público”, completa a especialista. “Ofereceremos uma carne de qualidade superior por um valor semelhante ao das carnes comuns de mercado”, promete Merola.
Além do visual caprichado da loja, o Feed tem outra diferença em relação aos demais açougues gourmets da capital: as carnes expostas pelo nome do spratos que podem compor. Entre as opções estão o ragu (na verdade, uma porção desossada e resfriada de rabada) e o braseado (o acém já cortado do jeito certo para ir à panela). “Trabalho para aproveitar o boi inteiro”, conta a chef responsável, Letícia Massula. “Não existe carne de segunda. As pessoas com pouca experiência é que às vezes não sabem qual receita podem preparar com cada um dos ingredientes”, completa.
Curiosos da cozinha ainda terão aoportunidade de observar dois açougueiros, um homem e uma mulher (raridade no ramo), trabalhando, numa vitrine estilizada. Temperos, facas e outros utensílios completam a oferta de produtos. Para os próximos meses estão previstas mais novidades: a implementação de um sistema de delivery, com a promessa de carne fresca em casa em até uma hora, e um serviço de assinatura on-line de cortes para o dia a dia ou só para o churrasco.