O Netshoes, o maior site brasileiro de compras de artigos esportivos pela internet, era um pequeno empreendimento tradicional de varejo. Começou em 2000, como uma lojinha nos fundos de um estacionamento na Rua Maria Antônia, no centro. A rede chegou a ter outros seis endereços na cidade, mas deslanchou para valer quando o fundador, Marcio Kumruian, decidiu aceitar encomendas on-line. O sucesso foi tamanho que os pontos de venda acabaram sendo fechados em 2007 para que a empresa pudesse se dedicar exclusivamente aos negócios virtuais.
+ Confira a lista de liquidações
Hoje, a companhia fatura anualmente cerca de 400 milhões de reais, dez vezes mais que o total registrado há três anos. Com 5,8 milhões de visitantes únicos por mês, ultrapassou a Americanas.com e assumiu em agosto o primeiro lugar no ranking dos endereços de e-commerce mais acessados no país, segundo dados do instituto de pesquisa americano Comscore. “Muita gente achava uma loucura apostar nesse caminho”, diz o diretor de marketing Roni Cunha Bueno. “Acabamos virando uma referência no setor.”
Na sede da empresa, no bairro da Liberdade, trabalham atualmente 1.300 funcionários. Eles ficam conectados o tempo inteiro com a central de distribuição, em Barueri, na região metropolitana. A marca tornou-se mais conhecida com a multiplicação de investimentos de marketing. Atualmente, a Netshoes gasta mais de 6 milhões de reais por ano para ter seu nome estampado nas mangas das camisas do Santos, Atlético-PR e Cruzeiro. Embora seus preços sejam semelhantes aos de grandes redes como Centauro e Decathlon, ela se destaca pela variedade de mercadorias (são 25.000 itens, contemplando quase todas as modalidades esportivas, de calçados a luvas para a prática de UFC) e pela agilidade na entrega.
A maioria dos pedidos chega num prazo de até dois dias. No site Reclame Aqui, uma espécie de PROCON eletrônico, o atendimento da empresa é classificado como “ótimo”. Desde outubro do ano passado, a Netshoes teve 3.113 reclamações, enquanto seus concorrentes no comércio eletrônico Submarino.com e Americanas.com, que trabalham com uma diversidade maior de artigos, registraram 24.357 e 39.231 queixas, respectivamente. “Às vezes nem quero comprar nada, mas sempre tem um banner da Netshoes nos sites que visito, e acabo encontrando coisas interessantes”, conta o tradutor Carlos Eduardo Scalici. “Já comprei dois pares de tênis e cinco camisas de times de futebol.”
Prateleira virtual
Alguns dos impressionantes números da empresa
Faturamento anual: 400 milhões de reais
Visitantes únicos no site por mês: 5,8 milhões de internautas
Total de produtos oferecidos: 25.000
Número de funcionários: 1.300