Rafael Soares, filho do apresentador Jô Soares, morreu nesta sexta-feira (31), no Hospital Samaritano do Rio de Janeiro, aos 50 anos. Fruto do relacionamento de Jô com a atriz Theresa Austregésilo, ele sofria de autismo.
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Rafael vivia com a mãe no Rio e, quando vinha a São Paulo, ficava no apartamento do apresentador em Higienópolis. A causa da morte não foi revelada.
Em nota, Jô Soares declarou: “Rafael foi um menino muito especial, que veio ao mundo para nos ensinar tanta coisa. Devido ao autismo, permaneceu um menino. Nosso menino. E, nesses 50 anos, como nos ensinou… a mim e a Theresa. Ele já estava lutando, com a serenidade dele, há mais de um ano. E agora chegou o momento da passagem. Tenho certeza que ele viveu plenamente, da forma dele, o tempo que esteve conosco”.
A cremação do corpo está marcada para as 16h de sábado (1º), no Memorial do Carmo, no Rio de Janeiro. A capela do espaço estará liberada a partir das 18h desta sexta (31) para o velório, porém é necessário esperar pela chegada do corpo, com horário ainda indefinido.
No ano passado, Jô contou que sua peça Três Dias de Chuva, que ficou em cartaz em São Paulo, foi inspirada no filho. “Eu tenho um filho autista, com uma série de problemas que se agravam. E isso é uma condição genética. Fica difícil se comunicar com ele”, disse ele à época.
Em 2003, quando VEJA SÃO PAULO retratou Jô Soares em um perfil, o apresentador contou que Rafael tocava piano, fazia programa de rádio em casa, falava inglês e tinha aprendido a ler sozinho aos 4 anos de idade.
Rafael tinha o jeito de andar de bonequinho, o humor e a musicalidade do pai. Sofria do chamado autismo “de alto nível”, como o personagem vivido por Dustin Hoffman em Rain Man. Ele possuía uma boa capacidade de comunicação e inteligência, mas tinha dificuldades motoras e vivia em uma espécie de mundo particular. “Estávamos em uma loja de livros e o Rafinha separou vinte para levar”, conta Jô. “Pedi que escolhesse alguns e ele me respondeu: ‘Não quero nenhum. Escolher é perder sempre’”, contou Jô, na época da reportagem.
Jô lembrou-se com desvelo de outras boas sacadas do filho, como quando ele disse durante uma partida do Fluminense que o grito de guerra das torcidas estava desafinado. “Ele é genial.”
No Rio, ele costumava ir aos finais de semana ao teatro e ao cinema, acompanhado ou da mãe ou das duas assistentes que ajudavam com os cuidados diários.
Outros filhos não aconteceram na vida do apresentador. Theresa chegou a engravidar de gêmeos depois de Rafael, mas a gestação não vingou. “O Rafinha é diferente. Mas hoje eu não queria ter um filho diferente dele”, afirmou, em 2003, o apresentador.