Os tatames das academias da cidade nunca estiveram tão femininos. A soma entre a incessante busca em manter a forma e o sucesso das lutas televisionadas tem levado as mulheres a trocarem golpes no esporte do momento: o MMA.
Algumas aulas podem consumir em média 800 calorias e trabalham desde músculos do braço até abdome além de ajudar na autoestima. “Os homens estão procurando as clínicas de estética, enquanto a mulherada busca a luta”, ironiza o professor de artes marciais mistas da Bodytech, Marcio Catenacci.
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Definição ‘à jato’
Um dos grandes atrativos para a mulherada boa de briga é a rápida perda de peso e a definição praticamente “à jato” que a prática da luta oferece. De acordo com o professor de MMA Bruno Steigerwald, da academia Reebok, as partes mais trabalhadas no corpo são os membros superiores, como braços, ombros e abdome. “A mudança é drástica. Além da perda de peso, as mulheres começam a ter uma definição com cerca de um mês de aula. A luta marca o corpo totalmente”, afirma.
As aulas costumam durar de 1h a 1h30. Nesse período, é possível eliminar em média 800 calorias e, de acordo com os professores, esse valor pode chegar a até 1.500, dependendo do tipo de treinamento. Seguindo à risca as aulas e praticando de duas a três vezes por semana, a diferença nas curvas é visível rapidamente. “Meu braço já está mais definido. Minha perna e o bumbum estão mais rígidos e minha barriga deu uma hiper secada”, garante a analista de marketing Jacqueline Canovas, 24 anos, que pratica MMA há pouco mais de um mês.
Apesar de grande parte buscar a aula como forma de perder peso e manter o corpo em dia, quando se dão conta, já estão mergulhadas de cabeça no universo das artes marciais. É o caso da designer gráfica Alessandra Monegati, 41 anos, que pratica há seis meses. “Fico muito compenetrada durante a aula e saio de alma lavada. Quando fico longe, sinto falta”, comenta ela que pratica há seis meses.
Fã de lutas e adepta fervorosa das atividades físicas, Barbara Costa, 28, bailarina e assistente de palco do programa do Gugu Liberato, faz aulas na Bodytech há pouco mais de um ano. Ela viu na luta uma forma de trabalhar músculos, até então, impossíveis de definir com exercícios tradicionais. “Apareceram gominhos na minha barriga e senti uma diferença absurda”, diz.
Sem ‘agarração’
Mas nem tudo são flores no MMA. Como o esporte mistura diversas artes marciais, com muay-thai, judô, jiu-jitsu, entre outras lutas, em algumas das aulas é preciso que haja um contato maior com o oponente, o que significa, por exemplo, travar um combate no chão. E isso não agrada algumas praticantes.
“Não gosto de agarração, subir no adversário. Quebra a unha, fica com suor do outro. Prefiro chute, soco, correr, ficar mais solta”, afirma Barbara. De acordo com Marcio Catenacci, da Bodytech, a mais difícil é ensinar leigos. “As aulas são adaptadas para as mulheres que não curtem muito a parte de chão. Tento focar os treinos para movimentos em pé, como chutes, por exemplo, mas é tudo muito real, um lutador de alto nível também pode fazer”, explica o instrutor.
A mulherada adepta do ringue não se intimida entre os homens e, claro, não deixa a vaidade de lado. Nas academias é muito comum ver as praticantes exibindo os acessórios da aula entre os corredores. “A luta brinca muito com a autoestima da mulher. Elas desfilam com a luva rosa para mostrar que estão fazendo luta, comentam sobre competições e as vitórias conquistadas com as amigas”, comenta Marcio.
“Fazer luta dá um certo ar de poder, me sinto mais segura. Ganhei mais disposição para praticar outros exercícios e me preparar para tirar o melhor das aulas de MMA”, atesta Jacqueline.